domingo, 18 de agosto de 2013

The End. (ou não)

É, eu sei que você esperava outro post da viagem de julho com a Ju. Ou ainda da viagem da Disney que fiz com o Pedro, Elise e Ju. Ou ainda das viagens aos confins de Flandres e da Valônia pra comprar a melhor cerveja do mundo ou visitar paisagens lindas. Ou ainda da viagem que fiz com a Ana e a Fabi pra Londres e pra Irlanda. É, eu sei que costumo postar muito sobre as viagens, mas a verdade é que esse mês foi corrido e triste por causa das despedidas. E hoje foi a última... Aeeee!!! Com o Pedro eliminado, sou o vencedor do BBLeuven, quero o meu prêmio hein euros hein Bial!

Ok, depois de ser deserdado por causa dessa brincadeira, vamos ao que interessa. Essa semana, terça-feira, estarei voltando a minha terra amada, Brasil (to tentando me convencer, tá?). Não me entenda mal, eu gosto muito do meu país, mas é que me acostumei com a vida mansa aqui. E quando digo mansa, é mansa mesmo, sem se preocupar com violência. Se me perguntassem o que sentirei mais falta daqui, com certeza responderia segurança (ou seria cervejas belgas?). Agradeço muito a Deus (e a Dilma, claro) pela experiência que tive. Com certeza ampliou minha bagagem cultural (confira viagens) e profissional (é, não fiquei só viajando =P). Mais importante que isso, me ensinou a dar mais valor em muitas coisas que eu tinha e que talvez eu não desse muito. Desde a minha casa, até o próprio país. Sim, o intercâmbio cultural brasileiro também marcou presença. Tudo isso porque com 13 integrantes de 6 estados, houve muita zoação com sotaques, gírias e manias, troca de comidas típicas e experiências de cada estado, foi super. A única pessoa que me entendia e não me zoava era a Elise, companheira do Sul, a melhor parte do Brasil #osulémeupaís. E eu apesar de zoar com o sotaque beeerlandense do Pedro ou dos xxx do Matheuxxx, também acabei pegando umas manias deles. E posso garantir que muita gente saiu falando piá depois de me conhecer haha.

Pra quem não lembra o que vim fazer aqui, porque parece que só viajei, cursei 12 matérias, sendo a grande maioria do departamento de engenharia química, em especial na área ambiental, de bioprocessos e de segurança. Passar em todas foi difícil, pelo fato de as provas terem sido orais e do conteúdo do semestre inteiro (uma chance, tudo ou nada). Ainda assim, não me estressei nem a metade do que me estresso com a EQUFPR. Não tenho muita esperança de conseguir equivalências, porque a minha coordenação costuma complicar as coisas, mas to torcendo pelas optativas, pelo menos. Pra piorar, eu saí do Brasil em época de greve dos professores e graças a isso fiquei com 3 matérias pendentes, totalizando 10 nesse sétimo período, ou 36 créditos #amomuitotudoisso. Parece que formatura pra mim não existe mais, mas eu tenho fé que um dia eu chego lá. E com certeza essa experiência valeu muito mais do que se formar engenheiro em 5 anos (que, existe isso?). 

Claro que não posso deixar de ressaltar que curti muito viajar, afinal isso no Brasil é muito caro #porumaryanairnobrasil. Hey, eu economizei no aluguel e na comida pra poder viajar (e ainda passei em todas as matérias, então sem bronca). E apesar de voltar sem um tostão pro Brasil, sei que aproveitei. Bélgica, Alemanha, França, Itália, Hungria, Reino Unido, Irlanda, Marrocos, Espanha, Luxemburgo, Grécia, Holanda, Croácia, Rep. Tcheca, Áustria, Eslováquia, Romênia, Bulgária, Turquia, Eslovênia. Pintou no mapa? Faltou Suiça, mas não deu mesmo pra ir. E Portugal, claro, mas eles falam português, então não foi minha prioridade. Eu quero ver se virar em países como Croácia, Bulgária e Turquia, onde eles não falam inglês muito bem e você não entende nada da língua. É uma prévia do que os gringos vão sentir ano que vem na Copa.

Acho que o fato de eu ter conhecido pessoas dos 5 continentes foi o máximo. Apesar de falar inglês bem, no começo eu tinha vergonha e ficava com receio de falar. Acho que nos últimos meses falei até demais (será influência da Julia?). O primeiro semestre conheci uma pancada de gente em Leuven, principalmente por morar com os belgas. Foi muito bom eu conhecer a cada dia um pouco das tradições e do cotidiano deles (estudar!). Fora que flamenco é simplesmente demais. No começo achava feio, tipo um alemão misturado com inglês falado afrancesadamente, mas depois me apaixonei. Vou sentir falta dos meus amigos internacionais, especialmente da Hanne e da Kimberley e também do Frederic e da Caro. Ainda estou tentando convencer eles a irem para o Brasil, mas eles não se animam muito porque a passagem é cara e o país é muito grande... Enfim, outra coisa que gostei muito foram os esportes que fiz no primeiro semestre. Fazer esgrima de graça? Onde vou encontrar isso no Brasil? =P . E cavernismo então? Foi muito top explorar uma caverna belga quando tava fazendo menos de 0 graus na superfície.

O frio foi um problema para muitos, mas pra mim não foi tanto. Haha, não é que quero me achar porque vim de Curitiba (até nevou lá agora!), mas é que eu era realmente mais acostumado com ele, até vir as temperaturas de -7°C ou coisa assim, aí o bicho pegou. Mas enquanto alguns queriam desesperadamente voltar pro sol e calor do Brasil, pra mim ficar aqui seria ótimo. Aliás, sol é o que não tem muito por aqui, mas pra mim também não é muito problema, porque afinal em Curitiba ele não costuma dar as caras tampouco. E se pra alguns sair do frio para o calor foi um problema de adaptação, pra mim não será tanto, porque lá tá frio pra variar. Por falar em adaptação, como moro na Europa do Brasil, serei o que menos sofrerá com essas mudanças (aham, senta lá Cláudia).

Enfim, a Bélgica é linda, o intercâmbio foi massa, a KU Leuven é f**a, mas o que tornou inesquecível aqui foi a família de brasileiros que fizemos. Foi muito triste ver um a um se despedir e ir embora, mas a vida é feita de caminhos diferentes e cabe a nós trilhá-los para se juntar de novo. Não posso dizer o quão irritante a Gabriela foi no primeiro semestre. Me infernizando em todas as aulas (Bart everyday, Ba-Ba-Ba-Bart everyday), de terça a sexta, nos esportes diários e na casa dela (a comida mineira me atraía pra lá haha), inferno! Ela praticamente me escravizou por saber que sou o tipo de pessoa que não sabe falar não. Mesmo assim, ela conquistou o coração de todo mundo e fez muita falta no grupo (especialmente pelos pães-de-queijo que ela fazia). O Rafa Legal é outro bobo que não quis ficar um ano e se despediu cedo da gente. Pô, era o único vegetariano além de mim, o que tornava as jantas e/ou almoços mais fáceis. Apesar de viver sumido, foi a única pessoa parceira de beber 12 stellas (cada um) comigo, jogando videogame de madrugada, pra comemorar o fim das provas do primeiro semestre. Apesar da distância, a gente ainda joga DOTA juntos de vez em quando, então eu acho que quando voltar pro Brasil isso fica ainda mais facil. =)

Outra pessoa desaparecida foi o Rodrigo, que de todo mundo era a pessoa mais séria. Sério, ele era sério. Talvez pelo compromisso que ele tinha com a pesquisa e a tese dele (ao contrário de nós, que só tínhamos matérias). Apesar de sumido, a gente se topava em algumas festas de vez em quando e todas as pessoas, com certeza, foi a que mais melhorou o inglês aqui, principalmente pelo fato de ele não ter vergonha de falar com os outros (como eu). Por outro lado, o Matheuxx era brincalhão demais e pra ele foi só farra (calma, ele ainda foi bem nas matérias). A casa dele era o Oude Markt, embora ele tivesse um quarto pra dormir. Os fakbarixx foram seus lugares favoritoxx devido as paixõixx. De todos, foi a pessoa mais parceira pra viagem e pra fexxtaxx, então a gente se dava muito bem. Mesmo não saindo com a gente nem com reza braba, a Laís marcou sua presença, sendo a mãezona do grupo, botando moral e cozinhando pra galera =D. A única pessoa tão harrypottermaníaca quanto eu no grupo e um amor de pessoa, me fazia me sentir em casa quando a visitava. 

E também pertencendo ao grupo dos desparecidos, o Guilherme foi o nosso professor em cervejas durante o intercâmbio. É uma pena que ele sumiu legal no segundo semestre, mas fazer o quê. Não sei como não foi preso por contrabando de cervejas, já que ele levou litros e litros pra lá, mas se ele conseguiu, então eu não devo ter problemas com as minhas. Mesmo não sendo exatamente sumida, porque era meio arroz de festa, era meio difícil eu encontrar a Tati quando ela não tava estudando. Especialista em photoshop, ficava fazendo montagens da galera, mas a minha da Grécia ficou muito zoada =P. Meio devagar pras coisas (ao ritmo adagio) e amante da Duvel (que não tem muito gosto, mas tudo bem) teve muita amizade com belgas devido ao time de futebol. Aliás, conheci a Caro através dela. Outra pessoa que me fez amigos por tabela foi o Rafa. Apesar de ele ter me irritado muito ao longo do intercâmbio devido aos atrasos dele (aliás, fui a única pessoa pontual desse grupo todo), a gente se dava bem, porque em geral ele ia pras festas e viagens comigo e Matheuxx. Pessoa convencida de que BH é a melhor cidade do mundo, só porque ele não conhece Curitiba hahaha.

Sem dúvidas, a pessoa mais dolangue (orocure no dicionário curitibanês-português) de todas foi a Geruza (que rima com hipotenusa e com medusa, thanks Mamonas). Pensa em alguém que podia ser parceira pra tudo, mas sempre dava algum migué. Enquanto ela estava sobre minha influência em Heverlee, ela saiu bastante com a galera, mas depois que se mudou pra casa da Lais, virou moça comportada (até a mãe sair de casa, né? haha). Cozinheira de mão cheia, a responsável (junto com as batatas fritas) por eu ter engordado. Era a pessoa que mais detestava a Valônia, era engraçado. É claro que tenho que agradecer muito a Santa Elise da Semana da Prova, por ter me ajudado tanto esse semestre. Sem ela (e a biblioteca infinita) não teria conseguido passar. Assim como a Gabi no primeiro semestre, fiz praticamente todas as matérias com a Elise nesse. Ela aguentou junto comigo as aulas do Van Impe (eeeigenvalues) e do velho chato de bioquímica. Mesmo sendo raríssimas, as vezes que ela saiu com a gente foi super legal e no finalzinho consegui fazer uma viagem com ela, que foi pra Disney, que foi super d+. E foi até pra Westvleteren com a gente, mas desconfio que foi pra procurar algum belga pra conseguir o passaporte vermelho #mariapassaporte. 

Não poderia, claro, esquecer da minha esposa. A Julia é pior do que um coala, quando gruda não desgruda mais, mas enfim, foi com ela minha lua de mel pelo leste europeu. Praticamente dominou meu quarto nos últimos dias, deixando tranqueiras até pelo corredor. Mas quando foi, também deixou um espaço no meu coração (oooh, que brega foi isso...). E por último, mas não menos importante, foi-se o Pedro. Preciso dizer que ele foi mais que um amigo pra mim, foi praticamente um irmão, embora eu não saiba se ele acha o mesmo haha. Como eu infernizei ele, eu penso. Tudo que ele sonhava, queria ou pensava, eu ia la e batia de frente com ele. De Paris à Disney teve muitas histórias, sendo viagens, provas, comidas, compras, etc haha. Ele era a pessoa mais engraçada do grupo, fazendo a gente rir com as pedrices dele mesmo a distância e também a mais dramática ever. Era uma novela a cada dia, muito engraçado. Com certeza, se ele fosse primeiro, todo mundo tinha voltado junto...

Enfim, é hora de eu voltar né. E pra isso eu preciso fazer as malas, embora elas não queiram. Apesar de estar meio triste, sei que foi uma experiência inesquecível e agradeço a todos de novo. Mas o legado continua, amanhã vou receber o Quilló no aeroporto, a segunda geração de CsF na KUL. Olha minha plaquinha de recepção:



PS: quem sabe eu continuo o blog pra contar as peripécias do Brasil (ta, não teria graça, ja que minha vida social vai acabar) ou das viagens que fiz e ainda não contei...




Bye Flanders. Tenha a certeza de que fui feliz de ter escolhido esse lugar para vir... Tot ziens!