quinta-feira, 28 de março de 2013

Viagem de despedida da Gabi - Parte 2

Pra continuar nossa aventura, acordamos o outro dia bem cedo e fomos tomar café da manhã, que era de novo pão com geléia.  Mal sabia eu, mas as tendências cleptomaníacas da Gabi se espalharam e todos roubaram pão (podemos cantar agora?) pra comer depois. Muito esperto da parte deles. Enquanto isso eu tava tirando umas fotos da paisagem (montanhas semi-desérticas com o sol nascendo, beautiful). Isso foi antes de acabar a bateria da minha câmera, que troll como sempre, estava com a bateria cheia de noite e de manhã acabou ¬¬... Bem, mal começamos a andar (mal mesmo, porque o Rafa nem tinha começado a dormir ainda), paramos pra tirar fotos de umas montanhas, que tinham umas formações rochosas engraçadas, pareciam mãos. Mas foi rapidinho, logo tocamos o barco pra Tinghir. Pra sacanear nossas amigas chinesas, digo,  olhos puxados, digo, taiwanesas, ah, vocês entenderam, a Camilla e o Rodrigo foram na frente, obrigando elas a ficar atrás, mas ainda ficaram juntas. O Rafa já tava dormindo, mas paramos de novo, pra tirar foto do vale de Tinghir, que segundo o carinha era o último lugar com plantações como aquelas.

Depois de descermos até o vale, descemos da van e começamos a andar no meio das plantações com um guia. Já no começo as chinesas (nem vou mais corrigir) começaram a brigar com o cara porque a gente tava andando muito rápido e ele não tava falando nada. Na verdade ele tava, ensinando árabe pra gente #gabipira. Na verdade, no Marrocos além do árabe tradicional, o berber é falado (sem contar o francês), mas o berber vem caindo em desuso. Ele ensinou umas palavras nas duas línguas, mas era impossível de lembrar (se bem que a Gabi anotou no tablet dela). Quando paramos numa sombra, ele começou a explicar como funcionava as plantações, que cada família tinha seu próprio espaço e cuidava da sua plantação, como uma comunidade. E qual era a diferença das palmeiras #rodrigopiranasplantas. Depois subimos por dentro da cidade, ou melhor, dos becos, até entrarmos numa casa. Ali o dono nos convidou pra sentarmos, enquanto ele servia chá pra gente, ensinava algumas palavras em berber e nos explicava como eles faziam os tapetes e bolsas, com lã ou fibras de semente de cactus. Claro que no final ele esperava que alguém comprasse alguma coisa, mas os únicos que tinham dinheiro eram os ingleses a senhora inglesa acabou levando uma bolsa.

Vontade de levar é que não faltou né...

Ainda antes de sairmos da cidade, passamos por uma lojinha de lenços e todo mundo comprou um lenço pra por na cabeça, porque afinal de contas levar aquele sol no coco não é fácil. O problema é que a pSil não quis comprar com a gente e foi tentar pechinchar em algum lugar, mas ninguém sabia onde. Tivemos que parar a excursão pra procurar ela. Aposto que ela tava era procurando um marido haha. Bem, antes de sair, aproveitamos pra tirar umas fotos com o novo figurino, mas nem deu tempo de aproveitar porque o carinha já tava enchendo o nosso saco. E antes de nos despedirmos de Tinghir, aproveitamos pra parar num mirante e tirar mais fotos.

Fazendo a exposição das nossas figuras

Vale de Tinghir. E a camisa do PET marcando presença no Marrocos ;D

Quando o cara falou que íamos parar pro almoço, todo mundo ficou feliz. Mas durou pouco, porque ele falou que a gente não ia comer. Oi? Calma, a verdade é que pedimos o nosso almoço, mas não ficamos no restaurante. Ao invés disso, fomos até um canyon ali perto. A paisagem era realmente muito bonita, mas os marroquinos em cima da gente é um saco e não adianta nem falar em português que eles falam "amigo, amigo, compra", é irritante! Isso foi de longe o que mais me irritou no Marrocos e quando me perguntam se eu voltaria pro Marrocos e eu digo que não, é por causa deles =P. Enfim, depois das fotos, voltamos pro restaurante e almoçamos, claro que comendo o pão antes do almoço. O que esqueci de dizer antes, é que os gatos do Marrocos são treinados pra pedir dinheiro e eles invocaram que a Gabi tinha dinheiro. Isso mesmo, no primeiro dia em Marrakesh, na janta, tinha um gato; no almoço na cidade cinematográfica tinha um gato e agora tinha um gato de novo. Já tava vendo a Gabi chutando um gato e fazendo um touchdown, mas ela se controlou. Acabando com o meu dinheiro, paguei o almoço e seguimos caminho rumo ao deserto.

Nós no canyon. Adorei a minha pose haha

Essa parte foi demorada. Continuamos a viajar e cada vez mais tinha menos sinal de civilização e até de plantas. A cena tava mais seca que o nordeste brasileiro... Enquanto isso o Rafa tinha arrumado uma colega dorminhoca. Enquanto ele tava dormindo todo torto, uma das chinesas estava dormindo feito um boneco de posto, quase caindo do banco. Claro que a Gabi gravou essa cena enquanto a gente se matava de rir hahaha. Outra coisa que esqueci de comentar é que tinha muita fiscalização nas rodovias. Toda vez que trocávamos de município tinha uma viatura parando carros, mas o motorista era conhecido da galera, porque sempre passava sem problema. Por falar nele, ele não parava de falar com a Camilla (ele tava de olho e o Rodrigo segurando vela la na frente haha). Depois de um tempão andando paramos num lugar totalmente nada a ver, que era pra aprender como eles retiravam rochas com fósseis e transformavam em decoração pra casa (não faz nem um pouco o meu gosto, mas enfim, deu pra ir no banheiro né). Com o dia acabando, paramos num mercado pra comprar uns mantimentos (especialmente água) para o deserto e finalmente chegamos em Merzouga. Lá, deixamos nossas malas e prosseguimos só com uma mochila e finalmente pegamos nossa caravana de camelos.

Preciso dizer que andar de camelo foi muuuuuuuito desconfortável haha. Bem mais do que eu achei que seria. E especialmente para os homens não é muito recomendável. Mas enfim, o começo foi super emocionante. Ele fica abaixado, você monta e logo em seguida ele sobe, se você não se segurar direito, pode cair. Só de brasileiros lotou uma caravana e a Camilla teve que ir na outra. Liderando a nossa estava a Gabi, com a Nazira, a Stefani tava em segundo com o camelo dela que não lembro no nome, depois estava eu com o Alstublief, daí vinha a Camila, o namorado dela, depois a pSil com a Gabriela, o Rodrigo com o Alpino (porque segundo ele, o camelo era tão branco que se chamaria Alpino haha) e o Rafa, que acho que dormiu antes de dar um nome pro camelo.

Força Brasil rumo ao Saara

Enquanto íamos nos afastando do que sobrava da civilização e entramos no deserto, camelando nas dunas, comecei a conversar com a Camila. Descobri que ela era de um PET da UFSC (vai que a gente tinha se visto no SULPET? Pelo menos reclamei que a nossa zona de barracas era longe pra chuchu haha) e que ela era de Pato Branco, daí (ela acabou recebendo nosso apelido carinhoso de Camila Bozena a partir de então). E a maior coincidência de todas, foi que ela estudou no Colégio Michel Reydams na vila de Segredo, no interior do Paraná, onde eu morei por 7 anos! Você fica de boca aberta quando no meio do Saara conhece alguém que estudou na mesma escola que você quando eram crianças. Agora a Emili não é a única que se encaixa nessa coincidência hahaha. Pra aproveitar o clima do deserto, pedi pra Gabi cantar a música do clone e ela cantou. Claro que a gente ficou tagarelando enquanto ela tirava foto da gente. Nesse meio tempo, uma das chinesas (que eram as três últimas da outra caravana) derrubou a câmera na areia e tivemos que parar a excursão pra procurar. Pouco tempo depois, o camelo da primeira delas desamarrou do resto e elas ficaram paradas no meio do deserto hahaha. Mas o carinha foi la buscar elas e amarrou o camelo ao resto de volta. Foi então que o cara parou e falou pra Gabi: "Mas você fala demais hein!". O.O What? O carinha fala português e a gente tava falando esse tempo inteiro? Vai que a gente tinha falado mal dele (o que acho provável haha). Mas a Gabi respondeu: "Eu? Nem falo, sou quietinha." E ele: "Quietinha... parece um rádio!" Hahahahaha. Não preciso nem falar que a Gabi passou o resto do caminho quieta. Anoiteceu e o inglês ficou puto da vida, porque queria chegar pra ver o por-do-sol, mas com o motorista parando tanto, perdemos. Mesmo assim, a visão do céu a noite já valia a pena. Com certeza é algo que o Camacho gostaria de ver. Era muito bonito, que você se perdia olhando pras estrelas. Começou a esfriar e a calça que eu tinha colocado tinha subido por causa do camelo, então minhas canelas estavam pra fora. Com ajuda de lanternas, continuamos andando, até o cara parar os camelos e fazê-los descer, chutando a perna deles (tadinhos) e a gente quase cair de novo. Minhas pernas agradeceram, porque como não tinha nenhum lugar pra apoiar os pés (como nos cavalos), elas estavam doendo demais por permanecer na mesma posição por uma hora e meia de camelo.

A seguir escolhemos as nossas tendas, ficando eu, Rafa, Rodrigo e Tainá numa tenda, as gurias de um lado e nossas amigas chinesas do outro (isso é importante para fatos futuros haha). Mas mal deu tempo de nos instalarmos na barraca, o cara mandou a gente ir pra uma tenda grande, que tínhamos que andar no escuro para chegar, e nos prepararmos pra jantar. Enquanto comíamos pão fomos conversando muito. E depois de um tempo chegou o arroz. E mais nada. O que pensamos? Que a janta era pão com arroz. E foi o que comemos. Pior que o arroz era meio doce e não tinha sal naquele lugar, só tinha areia. O jeito foi se entupir de pão com arroz até que chegou a carne. Todo mundo chora, menos eu, porque eu comeria pão com arroz do mesmo jeito =P. Nessa altura do campeonato, o Tainá já tinha virado o alvo de bullying do Rafa a da Gabi haha. Pra finalizar o jantar, teve os carinhas tocando tambores. Muito interessante, mas depois de um tempo, começou a ficar chato porque parecia a mesma coisa eternamente. O Rafa começou a falar sem parar e então um dos marroquinos falou pra ele ficar quieto, terminando a frase com c#&@*%o, que por conta do horário nobre traduzimos pra cavalo. Então o namorado da Camila foi tocar uns tambor com os carinhas, mas a gente resolveu enfrentar o breu e voltar pras barracas. A hora que cheguei o Rodrigo já tava dormindo, mas as meninas ficaram tagarelando do lado. Pra piorar a situação, as chinesas foram fazer xixi bem atrás da nossa tenda, na verdade atrás do Tainá. Ele xingou muito elas hahahaha. Depois disso foi se enrolar muito pra encarar as temperaturas negativas do deserto do Saara e se preparar para o caminho de volta...


to be continued...


PS: créditos das fotos à Gabi, que tinha a paciência câmera boa pra tirar fotos.

sábado, 23 de março de 2013

Viagem de despedida da Gabi - Parte 1

Como festa é para os pobres fracos, eu decidi fazer uma viagem para me despedir da Gabriela. E Brunete aprova viajar!

Bem, o destino escolhido foi meio estranho. Tudo começou com uma tal de pSil, que era na época intercambista pelo Ciência sem Fronteiras na Alemanha, mas que ao invés de estudar, ficava viajando. Esta fulana, que mais tarde descobri ser da mesma espécie que a Gabi, a chamou pra viajar até os confins da terra (não, dessa vez não é a Valônia), o Marrocos. Como não podíamos deixar a pobre, literalmente, Gabriela viajar sozinha para Marrakesh, eu e o Rodrigo resolvemos ir também. O Rafa viu, ficou com vontade e decidiu ir junto. E a Camilla traidora também resolveu embarcar de última hora. Mas como o Rodrigo é chique como Brunete, ele foi pra Barcelona festar antes de ir pro Marrocos.

A aventura já começou bem, porque a Camilla e eu nos atrasamos um pouco, devido ao correiro belga. Pior ainda, o Rafa nem tinha saído de casa quando pegamos o trem (coisa que sempre acontece, mas tudo bem). Depois, o nosso trem parou no caminho Bruxelas-Charleroi, atrasando vários minutos #êêêvalônia. Pra ajudar, o nosso ônibus saiu alguns minutos mais cedo da estação de Charleroi-Sud e tivemos que pegar um táxi. E, como se não fosse bastante, o aeroporto estava lotado aquele dia. Se tem um cara que me adora, é o tal de Murphy viu. E nada do Rafa. A gente já tava pensando que ele não ia junto. Ou pior, do jeito que as coisas estavam, talvez nem a gente conseguisse embarcar. O jeito foi a Camilla ativar a segurança do aeroporto pra gente cortar a fila no raio-x (que a gente tava quase chegando, mas tava demorando demais), e sairmos correndo pra carimbar o passaporte (vixx) e correr mais ainda pro avião. E não é que nesse meio tempo, o Rafa surgiu? Não sei como ele conseguiu, mas o fato é que ele entrou e o avião decolou. Um belo começo de aventura.

Não sou muito de reclamar dos vôos da Ryanair, porque eles são curtos demais (1-2h) pra dar tempo pra reclamar. O problema é que até o Marrocos demora. E como demora. Pra ajudar, bateu a fome e a gente teve que sucumbir à extorsão da Ryanair pra comer algo. Queria pedir um Noodles, mas a Gabi e a Camilla fizeram o favor de acabar com os últimos, então o jeito foi comer um sanduíche natural. Bom pra mim, porque elas só reclamaram do macarrão haha. Desembarcar no aeroporto foi uma emoção, por estar conhecendo mais um continente e passar pela imigração foi fácil. A Gabriela então, tava pirando, só pensando na novela do Clone. Só precisávamos esperar o Rodrigo, que chegava as 6 da noite (e ainda eram 4 da tarde!). E a fome bateu de novo, porque lanche de Ryanair é aperitivo né. Depois de trocarmos nossos Euros por Dirhams, que chamamos de Dilmas, procuramos algo pra comer. Continuando o meu azar do dia, não tinha nada no aeroporto, eu repito, nada, pra eu comer. Apesar de existir umas poucas opções nos cardápios que eu pudesse comer, não tinha no estoque ou coisa assim. Já tava querendo voltar pra Bélgica antes de morrer de fome né. Mal sabia eu o quanto eu não ia comer direito naquele país.

Enquanto estávamos esperando o Rodrigo, reparamos que tinha muita gente esperando as pessoas na saída dos pousos com plaquinhas, indicando o nome. Claro que fizemos o mesmo pro Rodrigo, mas como não tínhamos papel, usamos, ou melhor, eles usaram os tablets dele #gentericaéoutracoisa. E esperamos. E esperamos. E nada do Rodrigo. Pra ajudar, não tinha nenhum vôo de Barcelona nos pousos (não sabia que ele vinha de Girona). Mas depois de muito tempo (já tínhamos até guardado os tablets), ele chegou e ficamos sabendo que ele teve problemas na imigração, mas deu um jeitinho brasileiro e conseguiu passar. Como se não fosse encrenca o suficiente, o Rodrigo foi sem dinheiro pro Marrocos e não conseguiu sacar lá #fuuuu. Mas enfim, combinamos de ir emprestando pra ele (quem podia) e então pegamos um taxi, pagando cada um 5 euros, que achamos super barato até descobrir que dava pra ter pago 2, se tivéssemos pechinchado. E que zona de trânsito. E que muvuco de pessoas. Elas ficam em cima de você querendo de te vender coisas, te levar ao lugar que você procura ao troco de dinheiro ou só pra pedir dinheiro mesmo. E é claro que a gente com malas dando bandeira era pedida pra eles. Nossa guia, Gabriela, não sabia chegar no hostel e acabamos nos perdendo nuns becos tipo a Jade fez. E foi igualzinho porque os caras perguntavam se a gente falava espanhol e a gente dizia que era português, porque éramos do Brasil. Depois disso, o Paraguai é ficha viu. Mas thanks heavens que conseguimos nos livrar deles e achar o hostel. Conhecemos a pSil, a amiga louca (porque estuda EQ) da UFMG junto com a Gabi e igualmente venenosa, e os amigos dela, a Stefani, outra louca de EQ, mas carioca (não fala mal que os mano baixa), e o Rodrigo, que a gente chamou carinhosamente de Tainá, por ele vir do Pará e estudar no Amazonas (e super parecer com a Tainá guerreira, força natureza!!!). Depois fomos pra praça central da cidade tomar um suco de laranja por 40 Dilmas (~0,40€). Aliás, saiu até mais barato porque pechinchamos e ainda tiramos foto na barraquinha do suco e logo após jantamos. Nada como tomar banho e dormir tranquilo... se não fosse o Rafa tagarelando com um cara galês que depois, pra se vingar da gente, roncou feito uma motoserra a noite inteira. Pra variar, o Rafa dormiu feito uma pedra e não ouviu nada #raiva.

Você vende suco a 30 cents de euro? Não. Ah, desculpa, vou tentar na barraquinha da frente... quem diria que a gente ia ganhar uma foto ainda? #inyourfacecarinhaquenãovendeupragente

No segundo dia acordamos bem cedo pra pegarmos a van da excursão pro Saara (no meu caso, só me levantei, porque não dormi quase nada). Tratamos de arranjar um jeito milagroso de acordar o Rafa, tomamos café da manhã a lá Marrocos com umas massas estranhas e geleia e fomos pra praça. Na nossa van tinha nós 8, mais 2 brasileiros (que depois conto mais sobre), um casal de peruanos com +-30 anos e um casal inglês velhinho, mas muito simpático. Ficaram no fundão eu, a Gabi, a Camilla e o Rodrigo.


E eu que não achei que viajaria mais no fundo de uma van desde o Hopi Hari com a Fabi e a Ana... so wrong

Logo no começo da viagem, deu pra perceber que o motorista era barbeiro. Acho que todo mundo lá é, porque o trânsito era uma loucura. Assim que nos afastamos de Marrakesh, começamos a subir a cordilheira do Atlas. Foi quando percebi que o motorista não era barbeiro, era louco! O cara simplesmente ultrapassava na curva na subida, visão zero. Antes de sermos mortos, ele resolveu parar num mirante pra pelo menos tirarmos uma foto e termos de recordação, caso algo acontecesse né...

Visão de tirar o fôlego e Tainá se segurando pra não cair...

Andamos mais um pouco e paramos de novo. Dessa vez, além de tirar fotos, o motorista queria que a gente comprasse umas pedras estranhas, bonitinhas #Rafapiranaspedras #chamodepedramesmo. O Rafa pirou tanto que pagou 20 euros em 2 pedras. Já a Camilla como boa pechincheira, fez 2 por 10. E foi aí que surgiu essa pira por pedras que não entendi o porquê. Eu pelo menos tava pirando no Sol, porque depois de tanto tempo na Bélgica, esqueci o que era Sol e calor... Andamos mais um pouco e paramos de novo! (saaco). Agora foi pra ver a fabricação do Huile d'Argan, que segundo a Camilla é ótimo para o cabelo, mas também descobrimos que dava pra comer (wtf?). Gabi e eu ficamos olhando as pedras (de novo) e percebemos que quem sabia falar francês bem, conseguia pechinchar bem. E quem disse que o nosso francês saiu? haha. O jeito foi voltar pra van e continuar subindo. E de novo paramos pra ver a fabricação da Água de Rosas. Destilação simples, nada que supreendesse 4 engenheiros químicos o suficiente pra comprar né. E subindo mais, paramos de novo (!!) pra ver a vista e comprar pedras. Dessa vez todo mundo acabou pechinchando e não sei o porquê. Cada vez que olho a minha pedra agora fico pensando porque gastei euros nisso, mas enfim, ela até que é bonitinha.

Devia ter parado nas fotos, antes de comprar aquela pedra...

Depois de subir tanto, começamos a descer e então chegamos paramos pra almoçar, que tinha que ser num lugar que o carinha da excursão escolhia. Enquanto o almoço (que foi cuscuz) não chegava, a gente ficou tirando fotos e comendo pão. Logo após o almoço, andamos até a cidade de Aït-Ben-Haddou, patrimônio mundial da UNESCO, onde foram gravados vários filmes e séries como O gladiador, Príncipe da Pérsia, A Múmia e até Game of Thrones! Isso sem contar a cultura que a gente aprendeu lá, como não tirar fotos das mulas sem dar dinheiro, como são feitas as casas, a origem das famílias e tal. Apesar do sol quente, da desidratação e do carinha reclamando que a gente demorava demais, foi um passeio muito da hora.

Carinha na pose Fred Mercury do lado haha

Quando voltamos pra van, o motorista falou que duas pessoas podiam ir  na frente, então o Rodrigo e a Camilla foram pra lá, o fundão ficou pra mim e pra Gabi e finalmente pudemos esticar a perna. Ao passarmos por Ouazazate, que é uma cidade relativamente grande pro Marrocos, pedimos pro cara parar no banco pra ver se o Rodrigo conseguia sacar dinheiro, porque o nosso ja tava acabando. Mas nada. O único que conseguiu sacar ou trocar dinheiro foi o Tainá. Pra piorar a situação, o motorista parou e subiram 3 chinesas olhos puxados taiwanesas, como caras feias pra (de) chuchu, que já chegaram causando, porque não queriam sentar no fundo (e nem a gente queria elas lá) e praticamente expulsaram a Camilla e o Rodrigo da frente, fazendo eles voltarem pro fundo e a gente ficar apertado. Foi aí que começou o nosso ódio delas. Mas nos vingaríamos, uma hora...

O resto do dia foi tranquilo, apesar de apertado la atrás. As chinesas taiwanesas foram conversando com o motorista, o tempo foi passando, o caminho foi ficando ainda mais desértico e finalmente chegamos no nosso hotel da primeira noite. Ah, nada como um bom banho. A janta foi cuscuz (de novo) e enquanto ela não chegava, a gente atacou o pão. Nessa hora a gente conheceu a outra Camila, mas a história dela ainda fica pra depois. A gente até tentou roubar o pão da casa do João outra mesa, daí ela não entendeu a nossa pira com o pão haha. Bem, depois da janta, conversamos um pouco, olhamos o céu, que era muito lindo (até que tentamos tirar foto) e fomos dormir, porque do jeito que foi esse dia, o outro seria mais comprido ainda...

Foto do quarto. Acho que esse foi a melhor cama que vimos em alguns dias...
To be continued...

sexta-feira, 15 de março de 2013

Novidades, viagens e afins

Haaa, quem diria, um novo post!?
Desculpem a falta de posts, a vida anda meio corrida (literalmente, como direi abaixo) agora e isso que to fazendo menos matérias esse semestre.
Aconteceu tanta coisa esses dias e ainda nem escrevi sobre minha viagem pro Marrocos ou a viagem com os meus pais, mas vou escrever isso em breve.

Primeiro de tudo, é com grande pesar que anuncio (uma semana depois) a eliminação de mais um participante do BBB Leuven (que eu sei que serei o vencedor, mas enfim). E dessa vez foi uma pessoa legal. Tão legal que recebeu o título de Rafa Legal. Se bem que ele também merecia o título de Rafa Sumido, Rafa Traidor, etc. Não preciso dizer o quão legal era o Rafa, ele era vegetariano e jogava DOTA 2 (tão bom eu não ser o único, mas agora sobrei). Além disso, o Rafa foi o único que topou beber 12 Stellas em uma noite com muito videogames, inclusive com a gente perdendo pra Gabriela no Mario Kart -.-'

Ao contrário de todo mundo que viveu no 03.19 no primeiro semestre, o Rafa Legal vivia em outra dimensão (aka Amsterdam) e não tive a oportunidade de viajar com ele pra outros países. Quase internacionalmente falando, fomos pra super praia belga de Oostende, quando tivemos a insanidade de entrar no mar a menos de 0 graus e ventando pra caramba, ou pra Westvleteren, quando fomos tomar a melhor da melhor do mundo nos confins de Flandres, quase na França. Se bem que ele não lembra de muita coisa da viagem (especialmente a de volta haha).

Depois que acabou as aulas ele aproveitou pra fazer um mega tour em vários países da Europa, então eu não o vi até o começo de Março, já perto da sua despedida. É claro que tudo acaba em pizza e a despedida teve de ser no Amici Miei (com participação especial do Oude Markt).


Rafa Legal & Cia - fidelidade ao Amici até o fim

Bem, ao Rafa Legal só desejo tudo de bom, muito sucesso na carreira, já que ele gosta de empreendedorismo. Quando eu for dar uma volta lá pela capital, vou querer um lugar que não tenha duplas sertanejas hein =P

CsF Leuven, com a participação especial da belga Charlotte, da traidora Camilla, da Gabi-do-Matheuxx e das celebridades Tati Pirigueti, Brunete Fraccaroli e Bart. Salve Dilma!
creditsbyTatinãoPirigueti


Só pra constar, nesse meio tempo eu, a Geruza, a Ju e o Rafa Rafa entramos pra academia. A Elise tá pra entrar e o Matheuxx vive dizendo que uma hora ele aparece lá, fora o Pedro e o Rodrigo que já faziam. #planodeinvasãobrasileira

Pra começar matando a academia, a Julia inventou de ir no final de semana pra Luxemburgo (que é logo ali), junto comigo, Ge, Matheuxx e Rafa, mas o plano de não fazer exercícios saiu pela culatra... Pra começar, acordamos 5 e pouco da manhã pra tomar café da manhã, comprar os bilhetes e pegar o trem das 6h27 na estação. Claro que o Rafa não acordou, porque ele não acorda nem com um terremoto, mas mesmo assim a gente foi pra Valônia, ou melhor, foi dormindo. Em Ottignies trocamos de trem pro trem pra Luxemburgo e fomos praticamente dormindo até lá também.

Luxemburgo... o país com o maior PIB per capita do mundo $_$... me decepcionou. Acho que eu tava esperando Brunetes por todo lado ou sei lá o que, mas pareceu muito comum, além de minúsculo. Aliás, o país inteiro tem a população de Londrina (ou menor ainda). Tem 3 línguas oficiais (deve ser cisma de país pequeno): o francês, o alemão e o luxemburguês, que nada mais é que um dialeto alemão reconhecido como língua nacional. Além disso, o inglês e o português disputam como 4ª língua mais falada... Português? Isso mesmo. Aproximadamente 16% da população de Luxemburgo é portuguesa. Então é muito comum mesmo escutar português lá nos bares, hotéis, McDonalds e por aí vai. Pra um português conseguir nacionalidade luxemburguesa basta viver 7 anos no país (deve ser coisa do país: "me povoe, por favor"). É uma monarquia parlamentarista, mas é o único Grão-Ducado do mundo. A história do país é bem interessante. Assim como a Bélgica, o país é um campo de batalha que todo mundo quer conquistar no WAR, especialmente por estar no meio da Alemanha e França. Mas até a Bélgica conseguiu pegar um pedaço de Luxemburgo, hoje conhecida como Província de Luxemburgo na região dos Ardennes, Valônia.

Bem, de volta a viagem: chegamos cedo e como a cidade (capital) é um ovo de codorna decidimos andar até o hostel. A distância não foi o problema. O problema tivemos que descer pro hostel e tudo que desce, sobe (ou seria o contrário?). Enfim, deixamos as malas lá no hostel, porque era cedo pro check-in e subimos o morro pro centro pra conhecermos a cidade. Em 3 horas já tínhamos visto tudo do centro, como o Palácio Ducal, a igreja de Notre-Dame, a ponte Adolphe e a Place de l'Armée (e o que mais tinha naquela cidade mesmo?) e ficamos tomando sol, por incrível que pareça, numa praça esperando o Rafa que tava vindo com 7 horas de atraso (coisa básica). Não me entenda mal, a cidade é muito bonita. Muito mesmo. Mas não tem nada pra fazer, a menos que você seja rico e fique comprando coisas... Acabamos jantando (as 5 da tarde, pra quem tomou café da manhã as 5 da manhã) por ali mesmo e descemos de volta pro hostel pra fazer o check-in, descansar um pouco e tomar banho. Eu apaguei por 2 horas e quando acordei a gente queria sair pra comer, mas o bar do hostel já tava fechado. E quando perguntamos se tinha algum lugar perto pra comer, não é que o recepcionista deu risada? (parecido com a mulher de Poperinge que riu quando perguntamos por um taxi). Como diria o Pedro: que absurdo! Afinal, é a capital de um país, não é possível que não tivesse nada aberto. Bem, a Ge e a Julia decidiram ficar, mas os piás e eu resolvemos subir o morro de novo atrás de alguma coisa (eles pra comer e eu pra beber, afinal tinha que experimentar uma cerveja de Luxemburgo, não é?). Ainda assim, voltamos cedo pra acordar com muita disposição de andar no outro dia.

Vista do vale e do forte

Place de l'Armée (percebe-se que sou ótimo fotógrafo)

Vista da sede da Comunidade de Aço e Carvão da Europa

Aproveitando pra tomar um solzinho na praça...

O segundo dia começou já com muita caminhada. Subimos o outro morro pra chegar no forte  Thüngen. E pra chegar até lá passamos por um mato e a Geruza já tratou de ligar o seu radar-aranha haha. Lá em cima tem umas masmorras e uma vista bem legal. Atrás dele ainda tem o museu de arte moderna. Nessa região tem vários prédios modernos, contrastando com o centro da cidade que tem uma cara mais Europa tradicional. Atravessamos o rio do vale pela ponte Grã-Duquesa Charlotte (que aliás deve ser uma personalidade e tanto naquele micro-país, tudo lá tem o nome dela) e atravessamos o centro da cidade (10 min de caminhada!) até as ruínas, que estavam fechadas. Então descemos o morro e andamos contornando o rio até chegar no Grund e subir de novo. Só que ao chegar lá em cima, o que tinha? Descida! Ok, e ao descer, como chegar no hostel? Subindo e descendo de novo! É... pra quem queria matar a academia, acabamos fazendo mais exercícios que o normal (quero contar pontos na academia =P).

 Vista do centro da cidade

Faltou a Gabi...

...mas nessa não faltou.
#viajandopelaEuropamesmonoBrasil #desfocaGabi

Bem, a viagem acabou com a gente pegando um trem ultra-mega lotado em Arlon. Só podia ser coisa da Valônia mesmo... E pra ajudar, muita neve nos Ardennes. Pra finalizar mesmo, só juntando um ingrediente de cada casa pra fazer uma macarronada na casa da Tati, que não tinha nada a ver com a história rsrs.

E pra quem tava de camiseta curtindo os 18 °C enquanto o Rafa Legal ainda estava aqui, o tempo mudou pra neve desde segunda até hoje (o piá foi esperto, migrou para o Sul do planeta na hora certa), com o pico de -11 °C na terça-feira (e eu com aula as 8 da manhã, santa sacanagem, Batman). Só a Elise brigando comigo na minha consciência de manhã pra me fazer acordar, levantar e ir pra aula com esse frio haha. Mas ainda bem que agora tenho uma semana de folga por causa do Athens. Westvleteren, amanhã é nóis aí de volta!


Em breve... quem é esse cara estranho do meio?

sábado, 2 de março de 2013

Lembranças...

É tudo que me resta de ti agora, mas o que felizmente, ninguém pode me roubar. E são tantas boas...


Lembro de quando te conheci, na casa dos meus avós e eu tinha 11 anos.
Lembro de como você foi babando no meu pé dentro do carro quando te levamos.
Lembro de como construímos e pintamos a sua casinha. Você ainda não tava morando com a gente, mas eu já tinha pego um carinho imenso por você.
E você se mudou e fez a alegria de todo mundo lá em casa, se tornando parte da nossa família...
E quando você fugiu de casa pela primeira vez e quem te pôs pra dentro foi a vizinha?
Mais engraçado foi quando passeamos pela primeira vez e você passou por baixo da mãe e a derrubou no meio da rua haha.
Já vimos que não dava muito certo te dar banho, porque você ia correndo pra grama e se sujava tudo de novo, mas o que valia era a intenção, não?
Lembra de quando nos mudamos, que você ficou meio perdida no quintal novo?
Pois eu lembro de quando você deitou na rampa pela primeira vez e fez de lá seu trono real, não saindo nem quando a gente tava cheio de mala indo viajar...


Era legal quando a gente passeava. As pessoas ao te ver mudavam de lado da calçada, mas as crianças adoravam passar a mão no teu pelo e você ficava lá se achando o máximo com o carinho delas.
Mas teve aquela vez que a gente foi passear no mato com meus primos e você saiu arrastando nós três juntos morro abaixo e quase deixamos você escapar.
Nossa brincadeira preferida era bobinho. Você ficava com tanta raiva quando conseguia pegar a bola que sempre furava ela. E quando a gente arrancava ela da sua boca, você descontava a raiva no coitado do Xaxim de casa. Tivemos até que colocar uma cerâmica em volta pra você parar de arranhá-lo haha. Depois disso, você começou a cavocar do lado do seu canil.
Era engraçado também que se eu quisesse, você atacava o meu irmão. Hahaha
Por falar em cavar, você sempre ficava com uma cara engraçada quando enterrava um pão que a mãe te dava haha.



Eu lembro de quão sofrido foi pra você na sua primeira prenha, que deu tudo errado e tiveram que te operar. E seu câncer deve ter começado a se formar nessa época...
E ainda assim, você era a minha amigona e nunca me abandonava quando via que eu tava triste e ficava lá comigo o tempo que fosse...
Mas depois veio a Pantera e a Tigresa e tudo ficou divertido². Que endiabradas eram aquelas cachorrinhas, não era a toa que elas viviam apanhando de você (até me lembra eu na minha infância haha)


E a Pantera, ou Taz, como a gente a chamava de tanto que ela destruía as coisas, já dava trabalho por duas. Mas ainda assim esse bichinho também entrou pra nossa família.
Engraçado que perto dela, você era uma lady, não? Você bem que tentou educar a ferinha...


O tempo foi passando, a Panther cresceu e, infelizmente, graças à correria da faculdade, passei a te ver menos. Ainda assim, passeávamos 1 ou 2 vezes por mês e ficou mais difícil ainda porque a gente tinha que guiar a Pantera também e ela era tão endiabrada que quem tinha que leva-la era eu, porque o Will não conseguia...
E veio a despedida. O dia que vim pra Bélgica. Foi tão triste, porque eu sabia o que podia acontecer. Te abracei tão forte e pedi "por favor, espera eu voltar". Sei o quanto você lutou, não foi fácil e só tenho a te agradecer. 
Agradecer pela amizade, pela alegria que você me trouxe, pelo amor que você me deu. Espero ter retribuído da mesma forma, porque você foi muito muito especial para mim e a sua perda dói demais...
Obrigado e adeus, minha amiga...

Onça
01/08/2001
27/02/2013