terça-feira, 30 de outubro de 2012

Winter is coming by the gates of Moria

    Sim, é óbvio que o inverno está chegando, mas a frase é clássica, não? Enquanto que para o jovem Paulo Affonso o inverno já chegou faz tempo (ainda bem que escolhi a Bélgica a tempo!), para nós aqui a temperatura está começando a cair. Essa semana foi engraçada. Chegou a fazer 24 °C na segunda e a temperatura foi caindo até chegar a -1 °C no sábado de manhã. Só que ao contrário de Curitiba, que tem imprevisibilidade climática, a queda foi meio que linear. Ainda assim, pros brasileiros que estavam felizinhos com a temperatura boa no começo da semana, o frio fez eles ficarem enfurnados em casa... Será?
    No sábado, dia 26, a Tati e a Ju decidiram dar uma volta em Bruxelas. Mesmo com -1 °C elas foram mesmo e eu, como não tinha nada pra fazer, fui junto. A Júlia logo se separou pra encontrar uns amigos que ela fez por aí no mundo e passear em Bruxelas. A Tati queria comprar uma jaqueta com três camadas que eram ligadas e davam pra ser retiradas e um tênis de couro. Na rua barateza que indicaram pra gente não encontrávamos nada, mas o legal daqui é que se você pergunta "Isso é couro de verdade?" ou "Isso aguenta o frio?" eles vão responder que não e te indicam onde comprar. Ao contrário do Brasil que diriam "Claro, novo couro verdadeiro, pode comprar". Então fomos passeando pelo City Mall 2 e a Rue Neuve, até o Rafa Rafa chegar, mas não encontramos muita coisa. E não é que em uma das lojas tinha um vendedor brasileiro? (brasileiro é praga, tem em todo lugar né). E a Tati super se esforçando pra explicar em inglês ou francês como ela queria a jaqueta haha. Bem, ele falou "Go west", quero dizer "Vá pra Liège", e acabamos pegando o primeiro trem correndo pra Liège.
    No caminho pensei que talvez fosse hora de comprar um sapato pro inverno também, e chegando lá em Liège nós entramos numa loja que tinha bastante coisa barata (a Primark). Tudo bem que o brasileiro falou que a loja era do tamanho de um estádio de futebol e a loja era menor que a Havan de Araucária, mas deu pra comprar algumas coisas. E o bendito sapato que não achávamos acabamos comprando no shopping lá também (fiz minhas compras em francês, Fabi ficaria orgulhosa haha). Quentinhos e cansados com o dia de compras voltamos pra Leuven em mais um final feliz (own).

   No domingo, para completar meus 2 meses de Bélgica, fomos fazer prática de Spelunking. Sim! Ir numa caverna, ao vivo e a cores (se bem que a única cor era marrom). Saímos cedinho, fazendo 0 °C, com as meninas do 03.19 falando que tinha nevado, mas na verdade era geada (ah esse povo que nunca viu frio tsc tsc).

Campus branquinho de gelo no domingo
creditsbyGeruza

    Chegando em Lustin, almoçamos uma coisinha rapidinha, e tratamos de andar até a caverna (Trou d'Harquin). Detalhe que a entrada era uma coisinha que seguia o fluxo do rio (eu nem imaginaria que era uma caverna), só que era fechada para que pessoas não autorizadas ao cavernismo entrassem. Definimos uma ordem que era a Sara (instrutora), a Laís, a Gabi, a Annelise (belga), eu, a Ge e o Pete (instrutor) e entramos, pisando naquela água gostosa. A Ge quase desistiu ao ver algumas aranhinhas, mas seguiu em frente e fomos explorar a caverna. Eu achei que era como montanhismo, só que ao contrário. Doce ilusão. É mais difícil. E isso porque estávamos na caverna level 1, for kids. Andar de joelhos, rastejar, apoiar os pés nas paredes ou no teto e até mesmo cair (isso aí, cair) freando nas paredes com o seu corpo. Muito demais. A única coisa que eu tinha medo na caverna era das pilhas (que eram Carrefour Discount) acabarem, daí ia estaríamos fuu, mas deu tudo certo.
    Depois de um tempo eu troquei de lugar com a Ge, pra motivar e ajudar ela. Ela tava com uns papos de "Vão e eu fico aqui". Aham que ela ia ficar. Pra se ter ideia, quando se apagavam as luzes, não se enxergava nada (blackout total) e era muito silencioso também. Claro que eu me imaginei o Hobbit andando dentro das montanhas nebulosas, procurando os salões de Moria, correndo dos orcs e achando que ia encontrar o Gollum lá dentro. Nada como ter outras Tolkienses, Gabi e Ge, pra ficar pirando junto haha.
    Pra descer todo santo ajuda, mas pra subir eles ficam com preguiça. E é aí que fica mais puxado. Ao contrário do montanhismo que você cansa subindo e depois é só descida, aqui é o contrário, então você sobe quando já tá meio cansado. Mas empurrando uns aos outros chegamos lá em cima. Até a Ge subiu muito bem (acho que era vontade de sair de lá haha).  Saímos da cavernas sujos com a alma de lama, mas vitoriosos. Depois nada como voltar pra casa, comer muita batata frita e tomar um banhão. Demais a aventura, certeza que meu pai ia adorar fazer também, mal posso esperar pela próxima.

 Antes - todo mundo limpinho e animado

Depois - todo mundo sujo e cansado
Detalhe pra cara da Ge de que super adorou a aventura


domingo, 28 de outubro de 2012

Paris, je t'aime!

    E aí galera, tudo bom? Essa semana tem Halloween e feriado, então vai ter posts, mas antes queria contar sobre ter realizado um dos meus sonhos: ir pra Paris. Sonhava ir pra lá desde quando comecei a estudar francês no CEFET e a prof. Maclóvia ficava mostrando e contando sobre Paris. Parecia muito legal. Só que não é. É muuito melhor...

   "Vamos pra Paris amanhã?" - Pedro me convidando pra passar o aniversário dele em Paris, as 23hrs do dia 27 de setembro. Eu como não tinha nada pra fazer no final de semana, sempre quis conhecer Paris e pude escolher o lugar onde ficar (porque se dependesse do Pedro, ia ser um hotel 5 estrelas na Champs-Elysées, é chic igual Brunete), acabei sendo convencido a ir.
    E foi a correria: e compra passagem e reserva hotel e arruma mochila e desarruma mochila e arruma de novo... e sai correndo pra estação porque senão vai perder o ônibus. E haaá: cheguei a tempo. Mas o Pedro não, então perdemos o ônibus.  Resultado: pegamos o trem pra Brussels-Noord. Do jeitinho brasileiro, acabamos pegando de graça né... E quem encontramos na estação, esperando por um Eurolines? Tia véia (também conhecida como Gabriela)! Só que ela ia pra Amsterdam (de novo, porque ela adorou o cheiro do lugar...). Apesar de na Bélgica praticamente nada atrasar, nosso ônibus saiu bem atrasadinho (depois fui descobrir que não tinha nada de belga o ônibus ou o motorista). O caminho pra Paris foi legal (tá, não foi tanto assim, mas era tudo novo pra mim). O Pedro ou dormiu, ou reclamou que não tinha espaço pras pernas ou ligou pra família e amigos dele pedindo pra dar parabéns, porque era aniversário dele hahaha.
    Pra variar, o Pedro socializou com umas garotas do ônibus e conseguimos informações sobre como pegar o metrô de Paris e irmos pro nosso hotel. Foi até susse de achar. Só chegamos lá, tomamos banho e fomos pro centro. Descemos na praça da Concórdia, que fica entre o museu do Louvre e o Arco do Triunfo. De lá fomos andando pela Champs-Elyséés e tava engraçado ver como o lugar dava êxtase ao Pedro (ele tava quase babando haha). Fome bateu, comemos uma pizza por ali ($$) e andamos até o Arco do Triunfo. É muito, muito, muito bonito toda essa parte. Claro que tiramos muitas fotos, é demais.

 Avenida Champs-Elysées

Arco do Triunfo

    Como a gente não queria pagar mais metrô, fomos andando do Arco até a praça do Trocadéro, de onde as pessoas tiram fotos da Torre Eiffel. Já era quase meia noite e tinha uma galera fazendo turismo lá (como a gente haha). Depois de tirar n fotos pro Pedro no iPad que foca na cara e não no fundo (Y), a gente andou até o Campo de Marte e sentamos lá para beber uma garrafa de vinho do porto, jogar conversa fora e curtir a visão da torre.

E eu que achava que a Torre Eiffel era um cliché parisense...

... me enganei feio, porque a visão era muito linda!

    Depois de mais de uma hora conversando e tomando vinho, a gente se deu conta que não tinha mais metrô e teríamos que voltar de taxi ($$) pro hotel. Até aí tudo bem, mas quando o Pedro bebeu o último gole da garrafa de vinho, uma estranha reação química começou a fazer efeito e as consequências foram... engraçadas. O Sr. Pedro ficou, como ele mesmo diz, doce. Estava bem alegrinho e eu lá, mó normal, venod o Sr. Pedro começar a ligar pra todo mundo que ele conhecia pra pedir parabéns, porque era aniversário dele ainda no Brasil. Enquanto isso, ele foi discutindo comigo o caminho pra voltar pro hotel e acabamos passando pela Champs-Elysées, Concórdia, Jardim das Tulherias até chegar no Louvre. Foi aí que descobrimos que era impossível pegar táxis em Paris. A gente tentou acenar, ir no ponto de taxi, ir em um lugar onde chamavam e nada. A solução foi andar  mesmo. E discutindo com o iPad do Pedro, porque ele fazia caminhos absurdos. Quando acabou a bateria do iPad e do celular do Pedro, pude fazer o meu caminho e chegamos no hotel. Eram 5 da manhã.
    Claro que acordamos bem tarde no outro dia, então resolvemos almoçar perto do hotel, o que não saiu barato, mas dei um chilique em francês (não lembro como) e consegui pagar o mesmo preço do prato do dia haha. Então nos dividimos: o Pedro foi pro salão do automóvel, ver coisas chiques e as tendências pros próximos anos (que pra mim, não fazem a menor diferença) e eu fui fazer o que queria fazer que era ir no Banco do Brasil em Paris. Decepção quando cheguei lá, porque descobri que não era uma agência como no Brasil que tem caixas e a parte da agência e como era sábado, estava fechado. O jeito foi fazer turismo mesmo. Andei até o Trocadéro, tirei mais umas fotos da Torre e tratei de pegar o metro pra Montmartre, pra igreja do Sagrado Coração. Sem noção. O lugar é muito bonito e a igreja é de tirar o fôlego.

Lindo mesmo, pena que não dá pra tirar foto dentro.

    Como tínhamos combinado de nos encontrar as 21h na Champs-Elysées, decidi ir andando por Paris até chegar no Sena de novo. Logo, conheci bastante as ruazinhas perto de Montmartre, igrejas, praças e tal. Passei pela Galeria Lafayette, que é o sonho de quintal do Pedro, mas passei reto até chegar na Ópera, onde tirei algumas fotos. Andando mais um pouco já tava no Ritz, na Concórdia e então no Jardim das Tulherias (nem achei Paris grande pra andar). O jardim é muito bonito. E o que mais invejava eram as pessoas sentadonas la na frente da fonte, curtindo a vida. Ô coisa boa... Do lado do jardim fica o Louvre, então aproveitei pra tirar mais umas fotos. Só não entrei, porque gastaria um dia inteiro no Louvre e não tinha esse tempo, daí andei até o Chatêlet pra tirar mais fotos.
    Do outro lado do Sena fica a catedral de Notre-Dame. Lembrou minha infância. Sempre quis ver a igreja. Mas tinha que pagar pra entrar e meu tempo tava ficando curto, daí não entrei =( . Dei uma apressada no passo, mas tirando mais fotos no anoitecer no rio Sena, até chegar na Champs-Elysées. O problema foi que o Pedro desceu na estação errada e não me avisou, então fiquei esperando la um tempo até ele mandar mensagem haha. Mais uma janta cara, mas o Pedro tava feliz. Dessa vez nada de vinho, pegamos o metrô pro hotel.
    O terceiro dia foi mais tranquilo. Tava um solzão do caramba, então sai de bermuda e camiseta do Brasil, mas o Pedro saiu de roupa térmica e calça (vai entender!). A gente queria fazer um city tour. Pra não perder muito tempo pensamos em tomar café perto do bus. Big mistake. Tudo é caro em Paris, não se iluda, mas pagar 9 euros num café da manhã, é de chorar. Enfim, foi bom, mas o city tour não agradou a gente, logo procuramos outro. O Pedro achou bom, eu achei caro. Além do mais, eu queria visitar só mais algumas coisas, então o custo-benefício era muito baixo. Resultado: o Pedro foi no busão e eu fui andar mais.
    Passei pela Sorbonne, chegando no Pantheon. Muito bonito também, todo o quarteirão, só que como tinha que pagar e eu já tinha gasto um monte com aquelas jantas, almoços e cafés da manhã, acabei não entrando, descendo a rua e chegando ao Jardim de Luxemburgo. Aqui sim eu gastei um tempão. É muito lindo. Demais, demais, demais. E ainda tinha uma orquestra tocando ao ar livre. Se pudesse passava o resto do dia lá, como aquelas pessoas de boa na lagoa...


    Jardim e Palácio de Luxemburgo

    Depois do jardim, andei mais, passando pela Torre de Montparnasse, que do topo dá pra você ver Paris inteira, chegando até o Museu da Armada (Les Invalides). Muito bacana lá, muito bonito, mas pra variar, tinha que pagar pra entrar. A única coisa que paguei foi meu almoço e uma torta de frutas vermelhas que tava ótima. Perto do museu já fica a Escola Militar, que fica na frente do Campo de Marte, que leva até a Torre Eiffel (de novo). O legal de Paris é que toda esquina tem algo turístico, algo legal, algo bonito... o que também faz a cidade ser cara como é. Mas voltando a torre, decidi ir de escadas porque era bem mais barato que de elevador. E pra quem subiu em Bruges e em Colônia, pensei, não ia ser difícil. Aham, vai nessa. Não é mesmo, mas pra mim, que tenho fobia a altura, foi uma tortura subir as escadas e olhando aquela estrutura metalica, toda vazada. Porém, valeu o sacrifício, a vista em cima da torre é linda demais, super recomendo.

Vista do Campo de Marte de cima da Torre Eiffel.

    Óbvio que fiquei um tempão lá na Torre, só que eu não sabia que não tem linhas decentes de metro por perto. Saí correndo até o Trocadéro pra tentar chegar no hotel. Foi tão corrido que o Pedro saiu com as malas do hotel em direção ao metrô, mas tinha esquecido da minha jaqueta e tivemos que voltar. Quase pensamos em pedir um taxi, mas ainda estávamos revoltados com a primeira noite. No final, fomos de metrô mesmo e deu tudo certo. Pegamos o Eurolines pra voltar, vim escutando a música do cara do meu lado, porque o fone dele tava muito alto e o Pedro foi dormindo (e reclamando da roupa térmica) quase em cima de uma muçulmana que tava com uma cara de que ia dar uma voadora nele. Esse piá é uma comédia. Me diverti demais na viagem com ele. Tanto que marcamos a nossa próxima parada: Milão no feriado, com a Gê e o Matheuxx. Claro que o Pedro vai dirigir uma Mercedez lá, porque Brunete aprova... quero só ver haha.

sábado, 27 de outubro de 2012

Curiosidades sobre a Bélgica - 1

    Depois de um dia lindo e -1 °C de manhãzinha, geada no campo do ALMA 3, e compras de roupas de frio, pensei que seria legal postar alguns fatos que eu acho curiosos sobre a Bélgica, conforme eu vou achando eles haha.

1 - A Bélgica é o 7º maior país da Europa no setor da indústria química, mesmo sendo menor que o estado do Rio de Janeiro, representando 6,4% das vendas de produtos químicos em 2011. Só perde para Espanha, Reino Unido, Itália, Países Baixos, França e Alemanha (a maior, com 29%). Entretanto, se levarmos em consideração em termos populacionais (ou seja, dividir as vendas pelo número de habitantes), a Bélgica é o 2º maior país, perdendo apenas para a Irlanda (CAMARGO, 2012).

2 - Antuérpia é a maior cidade da Bélgica, com  aproximadamente 500 mil habitantes, e não a cidade de Bruxelas, que tem apenas 200 mil (sendo a 5ª maior, perdendo também pra Ghent, Liège e Charleroi). Na verdade, quando se considera a cidade-província de Bruxelas, leva-se em conta todas as dezenas de cidades que são conurbadas com a cidade de Bruxelas, elevando a população para 1 milhão.


3 - Em hipótese nenhuma peça "French fries" na Bélgica. As batatas fritas são belgas e será um insulto falar que elas são francesas (até na Valônia, que é paga pau da França). Logo, é melhor pedir "fries", "pommes frites" ou "frieten".

    Bora dormir que amanhã vamos explorar uma caverna como aula prática de Spelunking. =D

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Saia da rotina, ligue 23!

    Sim, foi isso que pensei nessa semana. Em sair da rotina, não em ligar 23 haha. Primeiro, que este foi o primeiro final de semana que passei em Leuven. Além da grana estar curta (tia Dilma, da um help), sábado teve festa de comemoração aos aniversariantes de Outubro/Libra. Praticamente metade do nosso grupo (eu, Tati, Rafa, Matheuxx, Pedro e a  traidora da Camilla rsrs) é de Libra. Então tinha que ter uma boa festa... e com tequila, claro. Veja bem, eu não gostava de tequila até a despedida da Laila, quando a Mônica e a Daphine me fizeram beber 3 doses. Desde então foi evolução até as 9 doses com a Laura e a Pry na Jopar haha. A festa foi muito legal, ponto. O problema não foi a tequila. Nem o vinho ou a vodka. Foram as cervejas belgas, to falando.

    Bem, nem tudo é beber aqui. Tem muita coisa séria também tá (o próximo post será sobre minhas aulas)? Mas, buscando sair do sedentarismo, a Gabi, a Ge e eu inventamos um super plano de atividades físicas: só não pode ficar parado. Aproveitando que a maioria dos esportes aqui são de graça, todo dia é dia de um esporte diferente. A minha grade de esportes é mais cheia que a de matérias, mas o importante é ter saúde haha. O legal é que com bastante gente, a cobrança é maior pra gente fazer os esportes. Judo, taekwondo, capoeira, esgrima, spelunking, tênis e vôlei. É isso mesmo. Ou pelo menos, a ideia, porque afinal, tenho que queimar toda essa batata frita com cerveja aqui da Bélgica...

Judo
Quando: segunda 19h30-21h
O que: o judo é uma arte marcial de defesa pessoal inventada por Jigoro Kano em 1882. Se fundamenta em três princípios: o da máxima eficiência com o mínimo esforço, o  da prosperidade e benefícios mútuos e o da suavidade. No judo geralmente você utiliza a força e o equilíbrio do oponente contra ele. Existe várias técnicas (katas), sendo elas de arremesso, de domínio no solo, de rolamento, de imobilização, de estrangulamento, etc. Nas competições, o objetivo é derrubar o oponente de costas no chão (ippon). No caso de um ippon não perfeito, é pontuado meio-ippon ou wazari. Se o oponente cair de lado é considerado yuko. Para o golpe perfeito é preciso de uma boa postura, pegada, desequilíbrio do oponente, construção do golpe, execução e finalização. A vestimenta usada é o judogui, que pode ser branca ou azul, junto com o cinturão que troca de cor conforme você avança nos kiu e depois nos dan.
Com quem: Gabi, Gê, Júlia (?) e Matheuxx (?)
Como: a aula é em neerlandês, então a gente não entende patavinas, mas é só copiar os coleguinhas. Basicamente começamos com o aquecimento que é ficar correndo, dando cambalhotas e esse tipo de coisa. Depois o grupo se separa em iniciantes e avançados e os mestres passam as técnicas para cada grupo treinar com um parceiro. Meu objetivo era derrubar e/ou imobilizar o Matheuxx. Aham, tenho fé. Uma hora eu consigo. Na  meia hora final ainda teve uma série de exercícios como flexões, abdominais e esse tipo de coisa. Pracabá com a gente mesmo.

Taekwondo
Quando: segunda 21h-23h
O que: o taekwondo, caminho dos punhos e pés, é um combate desarmado para defesa pessoal. Basicamente consiste do emprego dos punhos e pés para interceptar os golpes dos adversários, além de dar pontapés altos e baixos, de frente ou girando (chutar, yeah). Na competição o atacante busca acertar o tórax (1 ou 2 pontos) ou a cabeça do oponente (3 ou 4 pontos) com chutes, enquanto busca esquivar ou bloquear os golpes adversários. O aperfeiçoamento do taekwondo se dá fisicamente e espiritualmente, através dos gub e depois os dan.
Com quem: Gabi, Gê, Pedro e Matheuxx (?)
Como: a aula também é em neerlandês, mas pra ajudar o professor conta em coreano (Y). O problema é que começamos com os exercícios de aquecimento e abdominais logo após terminarmos o judo, então fica bem puxado. Ao contrário do judo, não nos separamos em grupos, então todos praticam as mesmas técnicas de chutes e esquivas, o que não ajuda muito quando um faixa preta vai pra cima de você com uma voadora. Exige bastante coordenação motora e postura e é claro que eu sou um fail. Mas tinha um carinha gente boa que ficava nos ensinando, traduzindo o professor e nos motivando. Tem o poder de deixar você sem pernas, mas minhas sorte é que moro perto do clube.


Capoeira
Quando: terça 21h30-23h
O que: a capoeira é uma arte marcial brasileira (ah vá) que combina luta e dança, físico e espiritual. Os movimentos devem ser ágeis, basicamente composto de chutes, esquivas, aús e rasteiras, mas deve ter musicalidade, ou seja, a ginga. A capoeira foi uma maneira de os escravos praticarem uma luta para se defender dos capitães-do-mato na época colonial, mas como não podia ser explícita, foi mascarada como uma dança. Na roda de capoeira, dois capoeiristas lutam a capoeira ao som do berimbau, entre outros instrumentos, além do canto do solista e do coro. O batizado é a cerimônia onde o iniciante recebe seu primeiro cordel, que evolui até o de mestre conforme sua transformação.
Com quem: Gabi, Gê e Laís
Como: a aula mistura inglês e português (aee). Começamos com alongamentos e prática da ginga. Depois um mestre baiano veio e fez a gente pular corda, fazendo piadinhas em português que os belgas não entendiam (mas a gente sim haha). Só que daí começou a piorar, com exercícios como fazer aús e gingar embaixo ou em cima da corda, pular e tal. Nessa hora o mestre começou a falar "vai loirinha" pra uma belga e a Laís começou a cantar, denunciando nossa nacionalidade... Então começamos a trabalhar com parceiros movimentos de ataque e esquiva. O final foi worst ever: a roda. Fazendo muito barulho as 11 da noite, praticamente todos tiveram que se apresentar no meio da roda, gingando e fazendo movimentos. Eu fui um grande fail pra variar. As meninas fingiram que eram invisíveis e escaparam de ir pro meio. Depois da aula tentaram vender umas calças de capoeira por 55 euros, mas só pra cara deles né.
PS: a ideia era fazer caratê na terça, mas ao chegarmos só tinha faixas pretas e asiáticos na sala. Demos meia volta e acabamos na capoeira mesmo.


Esgrima
Quando: quarta 19h-20h
O que: a esgrima é uma forma de combate na qual procura-se acertar o opontente com a ponta da arma. A posição normal da esgrima é "en guard", a qual te possibilita rapidamente acionar as outras posições, de ataque ou defesa. É um esporte que requer muita agilidade, reflexos e coordenação motora, um movimento em falso é fatal. Existe três modalidades de esgrima, que dependem da arma utilizada: foil, sabre e epée. Além da diferença de design de cada uma, também há diferenças em que parte do corpo podem ser utilizadas. A mais comum é o florete (foil), por ser mais leve e flexível e a pontuação só é contada se a ponta do florete acerta o torso do oponente. Em caso de pontuação ao mesmo tempo, o juiz escolhe quem ganha o ponto. Na esgrima elétrica, o juiz só fica de vela para que os esgrimistas se cumprimentem.
Com quem: Gabi, Gê e Laís
Como: a melhor aula de todas e também a que passa mais rápido. Além disso, esgrima é muito chic, Brunete aprova. A aula é em inglês, mas as vezes os professores embestam de falar neerlandês ou bla-bla-bla. A gente começa correndo feito doido e praticando uns exercícios malucos, se alonga e daí começa a tortura. Geralmente ficamos de frente pro espelho e fazemos os movimentos mandados. Também há o movimento espelhado, em que devemos fazer o contrário do que o professor faz (isso é difícil, porque além de pensar no que tem que fazer, tem que olhar o professor e olhar pro espelho). Na última aula também fizemos exercícios de distância com parceiros. Os professores vivem tirando sarro da gente, especialmente da Geruza, ou cutucando a gente com o florete quando estamos fazendo algo errado.


Spelunking
Quando: quarta 20h-22h
O que: mais conhecido como caving, é um esporte para desbravar cavernas. Além de fazer muito exercício, há o contato com a natureza e o fato de explorar áreas subterrâneas muito pouco visitadas. Para isso, é preciso de muita técnica de escalada, subir e descer com cordas, nadar, etc. Os equipamentos usados geralmente são cordas, luvas, capacetes com lanternas, além dos apetrechos de subida e descida (os nomes aprendi em Dutch, então não sei escrever muito bem) que servem para fazer nós, descer, se segurar ou subir, etc.
Com quem: Gabi, Gê e Laís
Como: uma aula relativamente mais susse. As práticas das técnicas fazemos no ginásio mesmo. Até agora aprendemos a subir e descer com cordas e os apetrechos, parar no meio do caminho (fazer os nós) e até trocar de corda para subir ou descer. Exige força nos braços e pernas e geralmente a gente tá cansado por causa da esgrima, mas mesmo assim nos esforçamos bastante. Tem até um clube de Spekul onde a galera guarda os equipamentos, bebe e joga conversa fora. Vamos até numa caverna nesse domingo. Apesar de não ter saído tão barato quanto eu gostaria (seguro, roupas velhas, luvas e gasolina), acredito que vai valer bastante a pena.


Tênis
Quando: quinta a tarde
O que: a maioria conhece o tênis, um esporte de origem inglesa que tem por objetivo atacar a bola na quadra adversária, não dando chance para que ele rebata ou se rebater, que a bola não passe ou vá para fora. Os jogos podem ser em quadra de cimento, saibro, sintética ou de grama, sendo que cada quadra determina a velocidade da bola e a altura que ela quica. Cada jogo é composto por pontos, games e sets. Em um game a pontuação varia de 0/15/30/40/game, sendo que é preciso ter 2 pontuações de diferença para que o game feche. O set é composto de 6 games, sendo que também é preciso de 2 games de diferença. No caso de empate de sets, há o tie-break. No tênis masculino, que é preciso ganhar 3 sets, as partidas podem durar mais de 3 horas. O tênis de dupla pode parecer mais tranquilo, mas também exige mais velocidade, reflexo e trabalho de equipe. O Torneio de Wimbledom (de grama) é o mais prestigiado de todos, mas cada torneio dá sua pontuação. O jogador vai acumulando pontos até aparecer (ou não) nos tops do mundo.
Com quem: Gabi e Gê
Como: esse não é uma aula, porque tínhamos que pagar (e caro), mas como tem muitas quadras de tênis aqui e quinta-feira tava livre, escolhemos por praticar esse esporte tão nobre (Brunete também aprova hein). Compramos as raquetes e as bolinhas, mas as quadras podemos ir de graça. Ninguém sabe jogar muito bem, então é mais para brincarmos mesmo, é muito massa. Mas não pense que a gente não cansa, porque corremos bastante até. Espero que os outros joguem com a gente nas próximas vezes, porque tênis de dupla não cansa tanto quanto 1x1.


Vôlei
Quando: sexta a noite
O que: nem vou falar muito né... Um esporte que requer muita força de vontade e trabalho de equipe, o vôlei conta com um time de 6 pessoas que tem até 3 toques para colocar a bola do lado adversário e impedir o contrário (sendo colocando a bola no chão, bloqueando ou defendendo). No vôlei tem-se 6 posições, sendo que delas 2 são de ponteiro-passador (função de defender e atacar), 1 oposto (que não recebe o ataque adversário, tendo mais mobilidade para atacar), 1 central (geralmente mais alto para bloquear e atacar pelo meio da rede com bolas rápidas), 1 líbero (que tem função defensiva, não podendo atacar ou sacar) e 1 levantador (responsável por armar os ataques do time, levantando a 2ª bola). A Superliga é o campeonato brasileiro de vôlei, enquanto a Liga Mundial e o Grand Prix são os campeonatos mundiais.
Com quem: Gabi, Gê, Tati, Rodrigo
Como: como infelizmente o vôlei era no mesmo horário da esgrima, optamos por esta e deixamos o vôlei para jogarmos em grupo mesmo, não fazendo aula. O equipamento e a reserva da quadra é de graça, só temos que montar e desmontar a rede. Como também ninguém é expert, a gente só brinca, mas é muuuito legal. Espero claro que o resto do povo compareça nos próximos jogos, porque quanto mais gente melhor (ui).

    Nos dias que não fazemos nada eu procuro correr. O campus é um ótimo lugar para correr, não apenas na pista de cooper, mas por aí. É muito bonito e sempre tem lugares que não fui ainda. A intenção é essa. Ser saudável, ou semi-saudável pelo menos. Vou realmente me esforçar pra manter todos esses esportes, na medida do possível com os estudos. À bientôt.


sábado, 20 de outubro de 2012

Onde está Wally?

     Wally está na Bélgica e eu posso provar matematicamente haha

    Este post é pra vos mostrar onde eu moro nesse país de cerveja boa, batata frita com maionese, waffles e chocolate.

Bélgica
    Pra quem não sabe, o Reino da Bélgica é a sede da União Européia (primeiramente Benelux), e da OTAN. Pode-se dizer então, que é o centro da Europa (chic não?). Esse país consegue ser menor que o estado do Rio de Janeiro e a população é aproximadamente a mesma do Paraná. Demora um pouco mais de 2 horas pra você atravessar o país de leste (Liège) a oeste (Bruges) de trem, que é a maior extensão do país. A capital Bruxelas, somando todas as cidades que fazem parte da província, tem menos habitantes que Curitiba, ou seja, tudo aqui é muito pequeno.
    A Bélgica é o país mais disputado do War porque quem conquistar ganha +10 exércitos. Não, ela não existe no jogo, mas como vira e mexe estavam conquistando ela, acabou sendo conhecida como de "campo de batalha da Europa". Sua independência data de 1830, mas na minha opinião, não foi uma coisa muito inteligente. Ao invés de fazer um país ao norte e um ao sul, decidiram juntar tudo e ficou essa bagunça. No norte, conhecido como Flandres, a cultura é mais parecida com a holandesa. O sul, chamado de Valônia, é um pedaço da França que os franceses esqueceram de anexar ao seu país. E têm uns alemães perdidos no meio da brincadeira. Por isso, a Bélgica tem 3 línguas oficiais: holandês, francês e alemão. E o tempo inteiro têm mimimis entre as duas comunidades (flamenca e valona). Pelo que eu li, o atual primeiro ministro belga foi o responsável por diminuir essas intrigas.
    O país é lindo, de norte a sul e de leste a oeste. O clima é temperado, chove o tempo inteiro e quando não chove é aquele sol pra te enganar (coisa rara). Mas, como já estou acostumado com o clima curitibano, isso não me afeta. E venta. Muito.
    A economia é forte para um país pequeno, mas é coisa normal daqui da Europa. As principais coisas exportadas são produtos alimentícios (como já disse lá em cima), diamantes lapidados (!), carros (olha o meu na lista), plásticos, etc. O porto de Antuérpia, um dos maiores do mundo, favorece muito essa economia.

Leuven
   Localizada a mesma distância de Araucária à Curitiba, Leuven, a capital de Flandres-Brabant, conta com cerca de 95000 habitantes (uma das 10 maiores da Bélgica), sendo que 50000 são estudantes da Katholieke Universiteit Leuven, a maior e mais antiga universidade dos países baixos (Benelux). Fica a menos de 20 minutos de trem pra Bruxelas-Central e com o GoPass, você só paga 5 euros por viagem.
    Como mais de 50% da população é de estudantes, a infraestrutura é muito voltada para eles: casa de estudantes e bares. O que não é nenhum dos dois, desconfie que é um campus da universidade. Entre todos os bares, há uma praça que só tem bar e como você não paga pra entrar neles, é como se fosse um só. Esse lugar é o Oude Markt e é conhecido como o bar mais longo da Europa (isso é o que os leuvenses dizem)

Oude Markt: o lugar certo quando você quer fazer alguma coisa e não sabe o que, além de beber e conversar.

    A arquitetura da cidade é mista. No centro, encontram-se os prédios mais antigos, com características belgas. Mais pra periferia, existem prédios mais modernos, mas que ficam meio distoantes com o resto da cidade. Sem dúvida, o que chama mais atenção é a antiga prefeitura, principal ponto turístico de Leuven e a igreja de Saint Peter, que nunca foi terminada.

Antiga prefeitura

Igreja de Saint Peter

   Nem carros, nem ônibus, nem avião. O que domina aqui é a bicicleta. Ciclistas e mais ciclistas. Tantos que às vezes eles se trombam. Quando não há ciclovias, os ciclistas pedalam nas ruas e os carros dão preferência. Até os ônibus, muito estranho. Ainda assim, o ciclista também deve obedecer certas regras de trânsito, senão pode ser multado (e multa em euros não são legais). Leuven é uma cidade muito segura, menos pras bicicletas. As pessoas tendem a arrombar os cadeados apenas pra chegar mais rápido em casa e acabam abandonando a bicicleta depois. Existe um monte delas por aí. Minha bike, a Wisp, é minha colega. Vou pra aula, pra casa, pra cima, pra baixo, faço compras ou saio correndo pra estação de trem. Eu cuido muito bem dela, e piro quando demoro a achá-la, achando que alguém pegou. Aliás, apesar de toda a infraestrutura da cidade pra ciclistas, ainda falta (e muito) estacionamentos de bicicletas.
    Os belgas que estudam aqui costumam voltar pra suas mamães nos fins de semana na sexta-feira, por isso quinta é o dia das festas. No final de semana, é possível ver outras criaturas, que não são estudantes, é até estranho. O restaurante universitário, por exemplo, não funciona sexta à noite, porque os belgas já foram embora. Triste.
    Leuven é conhecida na verdade por ser a sede da ImBev, maior grupo de cerveja no mundo. Sim, é a que fabrica a Stella Artois. E não, eu não bebo muito Stella. Aqui tem tanta cerveja melhor, que você acaba esquecendo ela, a menos que queira beber mais por menos.

Tomando uma bera no Oude Markt

Heverlee
   Como eu adoro morar na região metropolitana das cidades, aqui não poderia ser diferente. Heverlee é um distrito de Leuven, mas que fica junto da cidade. É onde está localizado o maior campus da KU Leuven, o Politécnico, por assim dizer. Pelo menos dessa vez, eu moro perto da faculdade.
    No campus, além da parte de Engenharia e Ciências, tem também o ALMA 3 (o RU daqui), a lavanderia e o clube, onde dá pra praticar n esportes, sendo n um número muito grande. E o que é melhor, a maioria deles é de graça. A paisagem é muito linda, ainda mais com as folhas caindo por causa do outono. As pessoas aproveitam o ambiente inspirador pra correr. E elas correm de dia, de noite, faça sol ou faça chuva (o que é mais provável). To até me animando a ser mais saudável (o que é difícil com tanta batata frita).





     Meu quarto foi um achado. Foi muita sorte quando perguntei no Housing Service, porque ele é o mais barato de todos. Ele é simples, mas é maior que meu quarto no Brasil. E tendo uma cama (que é boa), tá valendo. A cozinha é compartilhada. É onde eu socializo (ou tento) com os belgas do andar. Às vezes eles desembestam a falar em holandês e eu fico lá boiando. Os banheiros e os chuveiros também são compartilhados, mas como os belgas não são muito chegados a banho, o chuveiro é quase exclusivamente meu rsrs.

    Vista do meu prédio

    É hora de eu ir, senão vou me atrasar pra festa dos librianos (tequila uhuu).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pedacinho do Brasil

    Olá a todos!

    Esse post eu dedico aos meus amigos que aqui fiz, a galerinha fera de Leuven!
     * já vou dizendo que o post é grande



   Bem, pra começar, eu conheci eles já no dia que cheguei. Confesso que foi meio estranho, porque a galera já tava bem entrosada (Gui se convidando pra uma chuveirada na casa da Gabi e tals). Mas o tempo foi passando e como todos sabem, me apego fácil às pessoas e as trato como irmãs. Claro que ainda estou os conhecendo a cada dia, mas dá pra você perceber algumas características marcantes de cada um.
   Sexta passada fomos à pizzaria. Depois fomos beber vinho do porto no telhado do 03.19. Teoricamente não é legal, mas o lugar é legal (hã hã). Apesar de termos sido abordados pela polícia belga no caminho (Hi, do you speek English? =) Police!), a noite foi demais, com direito a muitas pérolas. Bem, bora apresentá-los então?

Da esquerda  pra direita: Pedro, Gabi, eu, Geruza, Júlia, Lais, Guilherme, Matheus, Rafa, Elise
creditsbyGabi

Elise: A belga do Brasil né. Ela pode andar com a gente que as pessoas vão achar que é uma belga se enturmando com os brasileiros. É super organizada, estudiosa e tem um tique por limpeza, mas também é meio louquinha, porque faz engenharia química. Vem lá da UFSC, daí. Apesar disso, só temos matérias em comum na sexta-feira. É a única sulista do grupo junto comigo e estuda alemão (ela só gosta de desafios, veja bem). Me lembra muito a Mônica, lá de Canoinhas, daí. Ela toca piano e violoncelo. #invejadaí

Rafa: O nosso professor de inglês. É o cara que sabe das coisas e tá sempre informado, então é com ele que eu tiro as dúvidas haha. O Rafa é uma pessoa bacana, apesar de teimoso (ele vai dizer que não é). Gosta de Nightwish e Adele, entre outras coisas que eu também gosto, ou seja, ele tem um bom gosto musical. 
Também faz parte dos que são expulsos dos lugares como eu. Ele era o cara que apesar de fazer engenharia de minas, seria a pessoa com quem eu faria mais matérias juntos, mas no final deu bolo em todas. Ainda assim, é a pessoa com mais créditos de todas, que orgulho. Seu tique é com banhos. E demorados.

Matheuxx: Um grande amigo rxx. O cara é carioca, começa aí. Estou me acostumando agora com o sotaque, porque antexx... É o cara mais comunicável (ao lado do Rodrigo). Na semana de Welcome Dayxxx, virava axx coxxtaxx e o Matheuxx já tava conversando com alguém de outro paíxx. De longe, é o mais festeiro. Toda noite tá em algo diferente. Faz engenharia de controle e automação e sempre dá um help pra Geruza. É o nosso tradutor de italiano (mamma mia).

Guilherme: O hacker do grupo. Todo grupo que se preze tem um, não? Amigos de ciências da computação são legais, porque entendem suas piadas nerds. Além disso, o Guilherme tem ótimo gosto musical e sabe apreciar as cervejas belgas (me lembra o Tenius). Disse que é mais resistente a bebidas, mas pelo jeito não é tanto assim (a Geruza ganha hein). Gosta de fotografar, usar roupas mais hipsters, comprar mais livros do que ele acaba lendo (olha nóis aí) e ter crises deprês de vez em quando. Também é o entendido de bebidas exóticas dos países por aí.

Laís: Nossa mãezona. Não é não e ponto final. Tem personalidade forte, mas no fundo é um doce de pessoa (eu acho)... Vive trombando nas coisas, assim como eu (a mesa dela é assassina). Não gosta de cervejas, mas com vinho do porto ela dança pagode no telhado. Faz engenharia elétrica com ênfase em eletrônica e entende tudo de redes. Quase saiu na briga quando uma belga acusou que o roteador delas tavam deixando o resto do prédio sem net. Foi engraçado. Ama Harry Potter, gosta de tricotar e é instrutora de axé pra quem quiser.

Júlia: Miss Piggy!! Na minha opinião é a mais engraçada do grupo e a mais viajada também. A guria conhece os 4 cantos do globo, fora que ela faz tudo também e está tentando me convencer a fazer yoga. Faz estatística, ou seja, é a deslocada do grupo, mas é legal mesmo assim. Pra ela todos são queridos e queridas. Tende a falar, daí continuar falando e daí continuar falando e assim vai... Ela tem baralho, só falta acharmos tempo pra eu convencer todo mundo a jogar cidade dorme (senão vou ficar destreinado né?).

Geruza: A parceira das paradas. Direto de Tocantins, de Minas Gerais (!?), para o alojamento de estudantes de Heverlee, a Geruza mora perto da facu e longe do resto assim como eu. É a única que consegue competir comigo em questão bebidas, dela não duvido nada (que isso??).  Faz engenharia mecatrônica, que segundo ela é muito foda, mas aqui tá com a carga horária mais baixa de todos (vidão hein). Vive perdendo, ou achando que perdeu, as coisas como luvas, campainhas, bicicletas, é engraçado. Também aproveita a internet do ALMA direto e faz parte dos que são expulsos dos lugares. Adora Harry Potter e fala alemão (Ein Prosit!). Seu problema é seu HD externo: é a fonte do lado negro da força, com muito sertanejo e pagode...

Gabi: Tia véia, tenha respeito. Está se formando em engenharia química, tenha mais respeito ainda. Multifuncional: engenheira, cozinheira, cabeleireira, muambeira, até avatares do tipo "Congela Carminha". Afinal, vida na Bélgica não tá fácil. É uma pessoa muito observadora, adora história, viajar e fotografar. Faz matérias com a Laís, com o Rafa e com a Elise, mas só não dorme nas que eu faço junto porque encho demais o saco dela (isso é bom ou ruim?). Elle parle français, mais comment elle est au niveau B2, il n'y a pas de classe pour elle, donc elle étudie l'italian. É muito sincera e parece simpática, mas é cruel, muito cruel. Mexer com ela significa ficar sem comida mineira e wi-fi na casa dela. =P

Pedro: Pagodeiro de Berrlândia. Ele é gente fina, embora ele já deva estar cheio de eu torrar a paciência dele. Trabalhou na Disney, adora tecnologia como iPad, iPhone, iCueca, etc. e comprar coisas fashion, afinal, as pessoas têm que ser chic igual Brunete. Seu poder X-Men é detectar a palavra Outlet num raio de 100m. O cara adora comprar e escutar sertanejo/pagode e anda comigo que sou contra consumismo e curto rock e música clássica, mas mesmo assim a gente se dá bem (ainda tenho esperanças de convertê-lo ao lado bom da força tipo o Darth Vader). Faz engenharia mecatrônica (junto com a Geruza tem a  menor carga horária de todos... inveja), é muito simpático, fala espanhol e acha cubanos, espanhóis, mexicanos, colombianos, chilenos, etc. muy amables. Me lembra o sr. Vitor Kawazoe.
O Ministério da Saúde adverte: vinho do porto pode causar efeitos colaterais nesse menino.


   Fora estes da foto, teve um atrasado porque tava dormindo na hora da pizza e outros dois que supostamente estavam fazendo coisas diferentes, mas descobrimos que estavam comprando passagens pra Itália.

Rafa Legal: O legal, claro. Até esqueci o nome dele de verdade. O cara gosta de cervejas e rock, é vegetariano e joga DOTA (apesar de viver me zoando)! Alguém aqui se salva haha. Acabou com o limite de download dele em tempo recorde e acabou optando por um plano pago. Isso porque o coitado já tem que comer pastel de vento, já que paga o aluguel mais caro de todos e nossa amiga Dilminha não quer liberar uma grana pra gente que vive nesse país caro. Faz Mecânica, é distraído, sai bastante e faz estoques de cervejas diversas na casa dele. Comprou um violão em Bruxelas pra gente fazer luau no telhado.

Rodrigo: O pioneiro. Foi o desbravador da Bélgica, passando todas as informações por face para seus amiguinhos. O coitado não sabia muito bem inglês quando chegou e teve que se virar nos trinta. Hoje ele fala bem melhor (com todo mundo que encontra no caminho) e sempre tenta nos fazer a falar só em inglês (o que tá meio difícil). Faz agronomia e tá fazendo pesquisa aqui (mega legal!). Seu nome é trabalho e seu sobrenome é muito trabalho. Ainda assim, sempre arranja um tempo pra comprar, porque tudo é baratinho (aham). Combo Rodrigo + Pedro = não sair das lojas. Sempre diz que vai fazer uma coisa e acaba fazendo outra (vou ficar de olho aberto agora hein).

Tati: Arquiteta. Começa aí. Não, to brincando haha, adoro ela. A Tati se acostumou muito com os costumes belgas (if you know what I mean), é muito descolada e alternativa, mas como mora com a Elise, tá virando cocotinha também. Tem medo do escuro e precisa de alguém pra andar no prédio dela a noite. É muito estudiosa, do tipo que se sair é capaz de levar um livro junto pra estudar enquanto tá dançando. Assim como o Rodrigo gosta de plantas, ela gosta de prédios. Fotógrafa e photoshoper profissional, zoa o Pedro eternamente por causa da Brunete. Elle parle français avec moi et Gabi, j'aime ça.


   Além dos brasileiros em Leuven, queria mencionar mais duas amigas na Bélgica:

Camilla: A garota sucesso! Eu acho que ela tem um trevo de quatro folhas, ferradura, pé de coelho, etc. porque essa guria tem muita sorte. Gosta de desafios, mas com tanta sorte fica difícil pra ela. Ficou um tempo em Leuven, se aproveitando do sofá das meninas, mas mora em Diepenbeek (trairagem!). É muito parceira pras festas e até quando vou pra uma festa em outra cidade, acabo encontrando ela. Diz que fazia produção na UFSCar, mas do jeito que ia em festas OpenBar, tenho minhas dúvidas. Me lembra a Haline, claro. Acho que ela se daria bem com a Geruza. #campanhavoltapraleuvencamilla

Rebeca: Nada de novo aí, só mencionando mesmo. Orra haha. A Rebequinha foi a única parceira da EQ da UFPR de vir pra Bélgica tomar umas beras e comer batata frita com maionese (fora os chocolates e os gaufres de Liège). Ela mora em Liège, a cidade mais brasileira da Bélgica, a 30 min de trem e 5 euros daqui (muito tranquilo de ir). A gente ainda discute se o melhor lugar pra tirar uma pira é o Oude Markt de Leuven ou le Carré de Liège, mas concordamos que não é a Oktoberfest de München, depois de tantas humilhações. Aliás, ser expulso da Oktober tá virando modinha... Ainda estamos tentando trazer a (Ha)Pira pra Bélgica curtir aqui e largar a Alemanha. A Re merece um prêmio por ter pego mais de 30h de trem comigo numa aventura pelo Reno e a Baviera, mas eu paguei um Crazy Dance pra ela, então tá de boa haha.

domingo, 14 de outubro de 2012

A new age begins

    Uhuu, olha nóis aqui! Uma nova era começa!
  Já faz muuuito tempo que queria fazer um blog, mas a preguiça sempre vencia. Porém, depois da noite do vinho de sexta, a força Brasil na Bélgica me convenceu a criar um blog haha.
   E não, eu não apronto, é só o título do blog! ;)

   Bem, pra começar, ontem fomos pra Antuérpia. Visita rapidinha, bate-volta. A Bélgica deve ser o único país onde ficar fazendo bate-voltas é mais barato do que ficar em hostels. 5 euros pra ir, 5 pra voltar. I love Belgium!
   O que dizer de Antuérpia? É simplesmente a cidade com cara de Bélgica. Ela tem um que de Bélgica que a maioria das cidades aqui não tem (estranho não?). Sempre que eu pensava em Bélgica, é como Antuérpia é haha.
   Quando você chega de trem (1h e pouco daqui de Leuven), você desembarca na 4ª estação de trem mais bonita do mundo (embora os antuerpenses achem que deveria ser a primeira, claro). Ela é grandiosa mesmo! E ainda compramos waffles feitos com amor lá...


Antwerpen-Centraal Station

   Claro que se é a cidade mais belga da Bélgica, tinha que chover o dia inteiro lá. Era muito ruim pra tirar fotos, sem contar que a gente ficou bem enxarcado e com grandes chances de pegar um resfriado (uhu, sorte que dei entrada no meu seguro saúde). Ainda assim, o Pedro e o Gui conseguiram fazer as compras deles, para a felicidade de ambos, especialmente o Gui, que ficou quente e seco. Antuérpia é ideal pra você que gosta de andar chic igual Brunete, as pessoas tem muito estilo lá.
    No caminho das lojas do Pedro, encontramos uma simpática zebra que estava saindo de um outlet (a palavra que o Pedro consegue enxergar através das esquinas), mas que quando fomos tirar fotos com ela, acho que não gostou e não ficou tão simpática assim.

Aff, seus brasileiros. ¬¬

   Depois de almoçarmos comida grega num restaurante que tocava música grega enquanto tava passando Eminem na televisão (wtf?), nós fomos procurar a loja que o Pedro queria ir porque tinha uma jaqueta feita de chinchila... Ok, achamos ela, mas foi uma decepção, porque era um cafofo onde apesar de as roupas terem 70% de desconto, elas custavam de 500 a 3000 euros. Tipo, isso é mais caro que os anéis de diamantes que vimos lá em Antuérpia (que aliás, é a cidade do diamante hein).
   Acabando a tarde, chegamos ao rio Schelde, que junto do rio Meuse, corta a Bélgica, vindo da França. O rio é muito bonito e imponente. E tem alguns navios ainda, já que é curso pro porto (que fica no estuário do Schelde). Não tive a oportunidade de ir no porto esta vez, mas é claro que vou dar uma passada no segundo maior porto da Europa uma hora ou outra hehe.
   E não é que andando ao lado rio encontramos uma senhora passeando com seus cachorros e um deles era um pastor alemão? E muito serelepe ainda. Não preciso nem dizer que me lembrou a Pantera (que saudades daquele bichinho da tasmânia ><). Foi muito difícil tirar uma foto do sujeito, porque ele não parava quieto e quando estava agachado pra tirar uma foto, ele veio correndo na minha direção. Apesar do susto, ele me deu um olé e continuou brincando com a bolinha dele. A dona disse que ele é terrível rs.


    Rio Schelde e o Sol troll que decidiu aparecer no final da tarde

Esse daí e a Pantera, não quero nem pensar rsrs

  O senhor Sol decidiu aparecer quando tava indo embora, o que foi muito deselegante da parte dele, mas mesmo assim deu pra curtir a cidade. O Grote Markt é muito bonito de noite, a catedral de Antuérpia fica linda também. Pra finalizar, fomos num bar de rock (até que enfim!) e bebemos umas beras belgas. Não preciso nem dizer que me foi muito massa. Até rolou altas discussões filosóficas com o Pedro e o Gui e depois de uma mulher ter achado que eu era de Antuérpia, me achei super belga e cult. =D

Antuérpia + Rock + cervejas belgas + discussões filosóficas = cultura belga


  O trajeto de volta teve uma peripécias de um pessoal de Cuba no trem, mas não vou dar detalhes pra não comprometer ninguém... Claro que chegando em Leuven tivemos que comer batatas e ir no Oude Markt pra tomar mais uma cerveja. E nada melhor que finalizar a noite com uma St. Bernardus 12 no Café Belge. Coitado do Pedro, a gente encheu bastante o saco dele nesse dia, mas é tudo pelo bem dele. =)

   E hoje tínhamos combinado de ir pra Antuérpia de novo, mas acabou não rolando. O jeito é comemorar o aniversário do Rafa então né haha (brincando hein, onde vai ser a festa?)