Depois dessa semana corrida, arranjei um tempinho pra escrever sobre minha viagem no feriado de la Toussaint (1° de novembro). Meus planos eram ir pra Manchester e Londres com a Geruza, pra irmos no parque do Harry e eu aproveitava pra ver o show do Muse e do Nightwish, mas quando somei os gastos previstos, quase caí da cadeira, então acabamos mudando de ideia. A Ryanair nos deu basicamente duas opções: Barcelona ou Itália. Ó dúvida cruel. Mas nada que Brunete não ajude. Claro que a escolhida foi a capital da moda, Milão! Foi só o Pedro ouvir Milão, pensou Brunete, pensou chic; a Tati e o Rodrigo fizeram planos secretos enquanto todo mundo tava comento pizza (no dia que a polícia parou a gente por causa de um vinho do porto) e o Matheuxx decidiu de última hora também ir, ou seja, a gente planejou uma invasão brasileira na Itália...
A viagem já começou bem quando eu e a Ge pegamos um trem de Leuven pra Charleroi na noite do dia 1°. Ao contrário do caminho geralmente feito, que é Leuven-Bruxelas-Charleroi, fomos por Leuven-Ottignies-Charleroi. Não é que ao trocar de trem em Ottignies pegamos uma lotação que ficamos de pé (não tinha visto isso ainda na Bélgica, mas deve ser porque era na Valônia). Um pessoal meio zoado, muito estranho, mas a Ge até aproveitou pra aprender algumas palavras em francês (#soquenão). Teve até uma DR no trem de um casal belga, mas DRs em francês são sempre muito polidas... Ao chegarmos no aeroporto às 11 da noite, procuramos umas cadeiras vazias pra ser nossas camas durante a noite, porque afinal o Hostel Charleroi é muito lotado, mas é baratinho (de verdade, não como o Pedro e o Rodrigo dizem...). Só que dormir na cadeira não dá, então pegamos um cantinho no chão do aeroporto e nos jogamos. Criança gritando, crianças correndo, até uma tia com um trambolho ambulante que limpa e encera o chão... ótimo pra dormir. A Ge até acordou achando que um avião tava caindo no aeropoto. Dormindo de 20 em 20 minutos, deu 4 e pouco da madruga e a Tati e o Rodrigo chegaram. Todo mundo com cara de zumbi, morrendo de sono, fomos pra sala de embarque. Tivemos que andar pra pegar o avião naquele frio, ventando como o mundo (cena de novela da Globo), mas ao entrar la cada um se acomodou e esperou pela super decolagem (pilotos da ryanair = barbeiros). Depois daquela turbulência básica (Tati adora), o voo foi tranquilo, deu até pra ver os Alpes cheio de neve... até a descida, onde tivemos uma turbulência não tão básica (Tati surta). Sério, até eu no joguinho de simulação não sou tão barbeiro quanto aquele piloto. Eduardo, pls, venha pilotar aqui. Nada como sentir o chão de novo e pegar um busão pra Milão.
Ao chegarmos na Estação Central de Milão, que é uma das mais bonitas do mundo (não ganha de Antuérpia hein), o Rodrigo e a Tati foram pra casa de uma amiga dela, enquanto eu e a Ge fomos nos aventurar procurando um ônibus pro nosso hostel. E não é que no ponto tava uma família brasileira que morava lá? O cara simplesmente começou a contar a vida inteira dele (ainda bem que o ônibus chegou) e falou que a gente nem precisava pagar a passagem de ônibus. Confiando nele, subimos no busão e fomos até a ponto que ficava perto do hostel. Susse como musse, achamos o bendito, mas quem disse que conseguimos fazer o check-in? Uma falha na comunicação do local com o hostelworld fez a gente ficar sem os quartos (Geruza pira total). O cara se desculpou e saiu ligando pros hoteis da cidade buscando um que tinha vaga e fosse barato, até ele achar o Hotel Calypso (#joelmaaprova). Voltando de ônibus até achar o hotel, descobrimos que o italiano dono do lugar tinha morado 7 anos no Brasil, em Minas, São Paulo e Paraná (ele morou até na cidade da Geruza!). Que inglês ou italiano que nada, falar português facilitou todas as coisas. Deixamos os bagulhos no quarto e fomos pro Castello Sforzesco no centro de Milão. O lugar é muito bonito, com direito a uma fonte muito bonita na frente, uma estátua do Garibaldi na praça da frente, um parque bem grandinho até nos fundos (que segundo a galera era melhor que o de Amsterdã) e um arco (tipo o do Triunfo, só que italiano). Fotos, fotos e mais fotos, o lugar lá é bem bacana.
Direto da casa das 7 mulheres pra independência da Itália
Mas depois do passeio eu e a Ge voltamos pra estação central buscar o Pedro. Vale a pena lembrar que ele quase teve um treco ao saber que o hotel não tinha wi-fi, mas o lugar era bom... Voltamos pro centro, mas dessa vez na Duomo, uma das maiores catedrais do mundo. A praça é cheia de gente e cheia de pombo (Matheuxx desaprova!), é difícil tirar fotos, mas o lugar é bem bonito. Do lado fica o Palácio Real, que de real só tem o nome, porque não é lá grandes coisas, e do outro fica a galeria Vittorio-Emanuele, o lugar ideal para pessoas chic, como Brunete. É claro que tivemos que ir lá (não sei pra que, né) e acabamos comendo uma pizza ali perto, que era a senhora pizza (a primeira pizza na Itália). A Geruza acabou descobrindo como fazer fotos com desfoque na câmera dela e simplemente surtou. O negócio realmente mudou a vida dela. Andando mais um pouco pelas ruas, cheias de lojas, encontramos a Tati e o Rodrigo de novo, bem por acaso. O Pedro queria ver mais lojas, e a Tati precisava de um carregador, então voltamos pro nosso hotel (nos perdemos de levis, mas chegamos lá), a Ge emprestou o carregador dela e a gente se despediu. Só que a Tati tinha esquecido o mapa dela lá. E eu saí correndo atrás dela (detalhe que eu tinha tirado meu tênis, então saí correndo de sobretudo e chinelo, imagina a cena). Como não achei eles, fiquei com o mapa, tomei um banho e puxei uma paia. Enquanto isso, o Pedro tinha ido buscar o Matheuxx (que teoricamente era pra ter vindo junto com ele, mas acabou perdendo o voo, porque havia perdido o iPad dele, esses juvenis...), só que não conseguia chegar no hotel nunca e a gente tava querendo jantar. Sorte que conseguimos nos achar e comemos um prato de macarrão (eu pedi um Guinotchi, sem me tocar que Gnocchi se le Nhoqui, todo mundo ri de mim agora). De volta pro hotel, o Pedro ainda conseguiu armar um barraco com o carinha porque ele não deixou a água esquentar huahauha. Depois de quase matar ele, o Pedro conseguiu tomar banho e todo mundo dormiu feliz...
Duomo
No outro dia acordamos cedinho pra buscar nosso carro (alugado) pra viajarmos pra Veneza. Porque andar de Mercedes na Itália Brunete aprova, tá? Não preciso dizer que o carro era bom e o Pedro parecia uma criança dirigindo ele. A viagem foi bem tranquila, com a Ge tirando fotos desfocadas de tudo e eu tentando imitar ela (#faail). A única coisa que me assustou foi o preço do pedágio (18 euros) e do estacionamento em Veneza (21 euros)... mesmo assim a viagem sairia mais barata rateando o carro+gasolina pra 4 (eu achava) do que de trem. O Pedro já chegou abafando em Veneza criando intriga com uma mulher muito perua que tava andando com o filho, o cachorro e o 'servo' dela. "Saída pela esquerda", já dizia o Leão da Montanha. Dito e feito, pegamos a primeira ponte à esquerda em Veneza. Nem preciso dizer o quanto a cidade é bonita né? Todos os canais são muito bonitos, a arquitetura da cidade e tal. O que não gostei foi que todo lugar tinha aquelas lojas (tipo Milão), mas é claro que se você vai pra Veneza, você vai fazer compras e não ver a beleza da cidade, mas enfim, existe as Brunetes da vida... Tirando isso, almoçamos mais uma pizza e depois de umas pernadas numas ruelas que mal da pra passar uma pessoa direito, com direito a compra de máscaras de carnaval de Veneza, chegamos na Piazza San Marco e no Palazzo Ducale, que pra minha felicidade (e tristeza do Pedro), não tava alagado. Segundo a Wikipédia: A Praça de São Marcos (em italiano: Piazza San Marco) é a única[1] praça de Veneza, e o seu principal destino turístico, com permanente abundância de fotógrafos, turistas e pombos.
E sim, muitos pombos. Mas fora isso, eu fiquei muito feliz, porque eu consegui ver todo o jogo do Assassins Creed II que se passa em Veneza, até imaginei o Ezio voando com a geringonça do Leonardo da Vinci e tal... Um lugar muito bonito mesmo, digno de fotos.
Piazza San Marco
Começamos a ficar um pouco cansado de andar, mas eu e o Matheuxx queríamos chegar em outro ponto da cidade. E dá-lhe perna. Depois de uma pernada chegamos lá. Ficava do outro lado do rio e dava pra ver a Piazza e tal, o problema é que tava de noite já (6hrs da tarde). A Ge queria voltar pro carro, mas o Pedro queria comer alguma coisa, então paramos num lugarzinho ali (que era caaaro). Até encontramos um casal francês que tinha morado no Rio. Ele disse que o que mais sentia falta do Brasil era de tomar uma Skol gelada na Praia #euri. E ao sair do lugar, o que descobrimos? O lugar que vendia tickets de barco (que é o transporte publico de lá), tinha fechado. Eu imaginei andar tudo de volta, mas a Ge se revoltou e falou "Nem que me paguem". Uma senhora italiana que tava do lado entendeu e deu risada, até ensinou a gente como se falava em italiano haha. O Matheuxx chegou perguntando pro tiozinho do barco se podíamos comprar no lugar mesmo e foi sem problemas. Veneza de noite era linda, mas foi hora de dizer tchau. A viagem de volta foi susse, menos a parte de abastecer. No primeiro 'posto', foi um fail total e no segundo ficamos colocando créditos na bomba de diesel. O bom foi que a Mercedona fez quase 20 km/L!! Depois de entregar o carro na locadora, e tomar banho quente (sem brigar com o carinha do hotel), mais uma noite feliz...
O terceiro dia ja começou com a gente acordando tarde. E ainda tivemos que mudar pra um hostel. O que deixou a galera feliz, é que tinha a senha da wi-fi, eu fiquei contente por ser legal. O cara gostou bastante da gente por sermos brasileiros, especialmente porque tinha um brasileiro que trabalhava la. A gente acabou voltando pra Duomo (consegui pegar uma missa em italiano), porque o Matheuxx não tinha ido. E é claro pra galeria. Lá também tem um touro no chão em que as pessoas pisam e dão uma volta 360° pra dar sorte. Tinha muita fila, então desistimos. Andando na avenida das lojas (só tem isso lá), achamos a loja da Ferrari, onde um guarda-chuva custava 100 euros, legal né? O Pedro quis almoçar uma lasanha ali do lado, a gente tratou de ir pro restaurante perto do hostel que o carinha tinha indicado. Mais macarrão (uhuu). La pelas 4 pegamos o metro pra ir no San Siro, o estádio do Milan. Depois de um trampo, chegamos lá e adivinham? Fechado... e feio. O estádio é grande, mas não tinha nada de grandioso (sei que é diferente por dentro, mas por fora é brochante). Decepcionados com o estádio, o jeito foi voltar e descansar um pouco. Achamos um brasileiro perdido pra variar e fomos num pub com ele. Só que tava muito cheio e a galera tava com fome. Sim, mais pizza e essa era muito grande mesmo. Mas depois de ver uma guria do tamanho da Ana Paula comer uma sozinha, tentei encarar a minha. Não consegui, o Pedro e a Ge também não e nem o carinha de Strasburgo, logo sobrou pro Matheuxx (feliz da vida). Voltamos pro hostel pra ler, fazer relatorio, mexer no iPad e dormir...
No último dia, eu e a Ge decidimos arriscar pra ver se conseguíamos o que queríamos: ver a Santa Ceia de Leonardo da Vinci. Acordamos todo mundo cedinho e fomos pro Cenáculo, mas tava fechado. Então fomos pro Museu de Ciências de Leonardo da Vinci. E tava fechado. Pelo menos a Igreja de Santo Ambrósio (que tem o esqueleto dele envolto em mantos) tava aberta. Demos uma volta no Castello de novo, porque o Pedro e o Matheuxx não conheciam. Atravessamos o parque pra tirar foto do Arco de novo e voltamos pelo parque até o Gelato delícia (tá, é um novo ponto turístico que eu inventei, sério, é muito bom) e então fomos procurar a loja da Apple de Milão. "Isso non ecziste", já diria Padre Quevedo. O resultado foi um grande tempo perdido. Pelo menos estávamos perto da pizza do primeiro dia, então aproveitamos pra comer a última pizza da Itália. O tempo tava passando e tínhamos que correr pra Bergamo. Chegamos na estação as 14h05 e o trem saia as 14h10, mas tinha que comprar os tickets ainda. E a gente ficou discutindo, perdendo uns minutos. No final, a galera concordou arriscar. E corre trombadinha na estação mais chique da Itália né. Claro que perdemos o trem, que tava partindo da plataforma quando chegamos nela. Perdemos mais uma hora até o próximo trem, mas nada que um livro ou um iPad não ajude. E ao chegar em Bergamo, descobrimos que o hostel ficava além do fim do mundo, depois de onde Judas perdeu as botas. Um sacrifício chegar lá, e eu tava de camiseta e bermuda, mas a cidade era muito bonita no estilo medieval e o hostel era bem bom daí #elisefeelings. O Pedro e a Ge tavam cansados e preferiram ficar no hostel, mas eu e o Matheuxx animamos de pegar um bus pra parte histórica da cidade conhecer. Era bem legal, tinha até um calendário solar na frente do palácio (que-le-gal), mas tava tudo fechando porque era de noite. Queria comer uma polenta, mas o Matheuxx achou melhor não arriscar. O problema foi voltar. Parecia que todos os ônibus da cidade paravam de funcionar 5 minutos antes da gente chegar no ponto. Bom pra saúde, porque tivemos que dar um jeito de chegar no hostel a pé. E enfim, a última noite na Itália.
Le super turista brasileiro na Itália
No outro dia, fomos cedinho, de táxi, pro aeroporto. Dessa vez o Matheuxx não esqueceu o iPad dele, então fomos todos juntos pra Bélgica. Fui o voo inteiro escutando a minha música, a do Matheuxx que tava do meu lado, e a do Pedro, que tava atrás, mas o piloto não foi tão barbeiro quanto o da ida. E tinha muita 'nuvem' do lado de fora. O mais estranho é que tinham uma usinas eólicas acima delas. Eu e o Matheuxx não entendemos nada. Como era possível usinas tão altas assim? Enquanto estávamos pensando, as rodas do avião tocaram o solo e descobrimos que era neblina, porque pra variar na Bélgica tava frio. Mas nada melhor que voltar pra casa e comer batata frita (ou não). Agora bora estudar, chega de viagens (peraí, tem uma semana que vem)...